
Não foi um dia qualquer na Faixa de Gaza. O barulho dos drones se misturava ao silêncio pesado que precede o caos — e então, o inevitável aconteceu. Seis vozes foram caladas de uma vez. Não eram combatentes, mas sim jornalistas, profissionais que carregavam apenas câmeras e microfones quando a explosão os atingiu.
A ONU e a União Europeia não economizaram nas palavras. "Inaceitável", "barbárie", "violação flagrante" — o vocabulário da indignação foi esgotado nos comunicados oficiais. Até mesmo diplomatas habituados ao jogo político parecem estar com o nervosismo à flor da pele.
O que se sabe até agora
Segundo testemunhas (quando é que o mundo vai parar de depender desses relatos trêmulos?), o ataque aconteceu perto de um complexo de mídia improvisado. Os repórteres estavam claramente identificados com coletes à prova de balas — aqueles mesmos que nunca são à prova de bombas, ironicamente.
- Três palestinos, dois europeus e um sul-americano compõem a lista de vítimas
- Equipamentos destruídos incluíam câmeras de última geração — como se a tecnologia pudesse sobreviver à estupidez humana
- Israel alega "erro de identificação", mas ninguém parece estar comprando essa explicação
Numa dessas coincidências amargas, um dos jornalistas mortos havia postado nas redes sociais, horas antes: "Estamos ficando sem adjetivos para descrever o horror". Agora, são outros que lutam para encontrar palavras sobre sua própria morte.
Repercussão internacional
Enquanto isso, nas frias salas de reuniões em Genebra e Bruxelas, a linguagem burocrática tenta — e falha — conter a fúria contida. A UE ameaça com "medidas concretas", embora todos saibam que "concreto" na diplomacia frequentemente significa "adiado indefinidamente".
Já a ONU, aquela velha senhora cansada de guerras, emitiu um comunicado tão cheio de nuances jurídicas que quase esconde o desespero por trás das palavras. Quase.
E assim seguimos, contando corpos e palavras vazias na mesma proporção. Quando é que o mundo vai acordar para o fato de que jornalistas não são danos colaterais, mas sim a última linha de defesa contra a escuridão?