Uma onda de arco-íris invadiu as ruas de Budapeste neste fim de semana, quando milhares de pessoas desafiaram as restrições governamentais para participar da maior marcha LGBT+ da história da Hungria. O protesto ocorre em meio a uma série de leis polêmicas aprovadas pelo governo de Viktor Orbán, que limitam direitos da comunidade LGBTQIA+.
Protesto histórico sob tensão
Estimativas de organizadores indicam que mais de 30 mil pessoas compareceram ao evento, superando todas as expectativas. Apesar da proibição oficial de "propaganda LGBT" para menores de 18 anos - lei aprovada em 2021 - manifestantes de todas as idades ocuparam pacificamente o centro da capital húngara.
O que diz a polêmica lei húngara?
- Proíbe "promoção" de orientação sexual e identidade de gênero para menores
- Restringe conteúdo LGBT em escolas e mídia
- Vetou reconhecimento legal de gênero para pessoas trans
"Estamos aqui para mostrar que não vamos desaparecer", declarou uma das organizadoras à imprensa internacional, enquanto segurava uma bandeira do arco-íris. "A diversidade não é propaganda, é a realidade humana", completou.
Reações internacionais
A União Europeia já havia classificado as leis húngaras como "vergonhosas", acusando o país de violar valores fundamentais do bloco. Durante a marcha, embaixadas de vários países europeus hastearam bandeiras LGBT em solidariedade aos manifestantes.
Especialistas em direitos humanos alertam que a Hungria segue um padrão preocupante de retrocessos nas liberdades civis, que inclui também restrições à imprensa livre e ao sistema judiciário independente.
