Ventura faz gafe colossal: confunde cidadão com hambúrguer em ataque ao governo
Ventura confunde cidadão com hambúrguer em gafe

André Ventura, aquele político que nunca passa despercebido, conseguiu superar-se num episódio que mistura o trágico com o cômico. Num daqueles momentos que ficam para a história — mas não da maneira que ele gostaria.

Durante um discurso inflamado contra as políticas do governo português, o líder do Chega soltou uma pérola que deixou todos boquiabertos. Referindo-se aos cidadãos, Ventura proferiu: "O governo trata as pessoas como se fossem hambúrgueres".

Sim, leu bem. Hambúrgueres.

O contexto da declaração surreal

Ventura criticava — com razão, diga-se — a forma como o executivo tem gerido questões sociais. Mas a metáfora escolhida foi, no mínimo, peculiar. "Eles pegam nas pessoas, passam-nas pela máquina, moldam-nas ao seu bel-prazer e servem-nas como se fossem... hambúrgueres"

Pausa para respirar. E para processar.

O problema não está na crítica em si, que até poderia fazer sentido. Está na escolha lexical que, francamente, parece saída de um menu de fast-food. Que diria George Orwell sobre comparar cidadãos a produtos de carne processada?

As reações não se fizeram esperar

Nas redes sociais, a zoeira foi imediata. Memes com Ventura de chef, políticos transformados em lanches, e até propostas de "combos governamentais" inundaram as timelines.

Um utilizador brincou: "Afinal, o Chega defende cidadãos well-done ou medium-rare?" Outro questionou: "Será que com queijo ou sem queijo?"

Até a oposição — que normalmente leva Ventura a sério — não resistiu à tentação de comentar a gafe. Um deputado socialista ironizou: "Finalmente descobrimos o plano económico do Chega: abrir uma cadeia de hamburguerias"

O pior? Ventura nem percebeu a dimensão do disparate. Continuou o discurso como se nada fosse, alheio ao burburinho que causara.

O que isto revela sobre o panorama político

Para além do momento caricato, o episódio levanta questões sérias. Até que ponto a linguagem política se banalizou? Quando é que a crítica construtiva cede lugar ao espetáculo?

Ventura, que se apresenta como alternativa ao establishment, acaba por cair no mesmo vício de muitos populistas: o exagero que beira o absurdo.

Comparar seres humanos a hambúrgueres não é apenas uma infelicidade retórica. É sintomático de uma certa desumanização do discurso político — de ambos os lados do espectro.

E no meio disto tudo, pergunto-me: será que Ventura come hambúrgueres? E se come, será que pede com extra queijo?