
Não é todo dia que você vê caminhões militares desfilando pelas ruas de Washington como se fossem carros alegóricos num desfile de 4 de julho. Mas essa semana, a cena foi real — e nada festiva.
Cerca de 5 mil soldados da Guarda Nacional chegaram à capital americana entre terça e quarta-feira, transformando pontos estratégicos da cidade num verdadeiro quartel-general a céu aberto. E não, não é um exercício de treinamento.
Por que agora?
Segundo fontes do Pentágono que preferiram não ter seus nomes estampados — afinal, quem gosta de holofotes quando o assunto é delicado? —, a medida seria "preventiva". Mas preventiva contra o quê? Aí já é outra história.
O clima na capital federal lembra aqueles filmes de suspense onde todo mundo sabe que algo vai acontecer, mas ninguém sabe exatamente o quê. Restaurantes fechando mais cedo, funcionários públicos recebendo orientações para trabalhar de casa... Até os pombos parecem mais nervosos.
Entre o protocolo e o pânico
Alguns moradores encaram a situação com naturalidade — "É só o governo sendo governo", diz um vendedor de cachorro-quente que prefere não se identificar. Outros não disfarçam o desconforto: "Parece que estamos num filme distópico, só que sem roteiro", comenta uma professora universitária.
Enquanto isso, os soldados montam barreiras com a eficiência de quem já fez isso muitas vezes antes. Alguns parecem entediados, outros visivelmente tensos. Quase dá para ouvir o pensamento coletivo: "Será que exageramos na dose?"
O que dizem as autoridades
O comunicado oficial fala em "medidas de precaução rotineiras" — o que soa tão convincente quanto dizer que um elefante numa loja de cristais é "apenas uma visita educativa". Analistas políticos, por outro lado, especulam sobre possíveis protestos massivos ou até ameaças concretas à segurança nacional.
Uma coisa é certa: Washington não está para brincadeiras. Resta saber se toda essa movimentação vai se provar necessária ou se será mais um capítulo na longa história de reações exageradas da política americana.