Controlador de tráfego aéreo em Paris causa polêmica ao gritar 'Palestina livre' no rádio para pilotos
Controlador em Paris grita 'Palestina livre' no rádio aéreo

Era um dia comum no movimentado aeroporto de Paris-Orly, até que uma voz inesperada ecoou nos rádios das aeronaves. Nada de instruções de rotina ou alertas meteorológicos — o que os pilotos ouviram foi um grito de 'Palestina livre!', transmitido por um controlador de tráfego aéreo durante seu turno.

Segundo relatos, o profissional — cuja identidade ainda não foi divulgada — aproveitou seu acesso ao sistema de comunicação para fazer a declaração política. Um verdadeiro abuso de função, como definiram especialistas em aviação consultados. Imagine a cena: comandantes de voos comerciais, muitos deles transportando centenas de passageiros, recebendo mensagens que nada tinham a ver com segurança aérea.

Reação imediata

Não demorou para que a Direção Geral de Aviação Civil da França (DGAC) se pronunciasse. Em comunicado, classificaram o incidente como 'inaceitável' e garantiram que medidas disciplinares seriam tomadas. Mas aí já era tarde — o caso viralizou nas redes sociais, dividindo opiniões.

De um lado, quem defende a liberdade de expressão. Do outro, profissionais da aviação que lembram: 'Controladores são pagos para garantir segurança, não para fazer protestos', como escreveu um piloto no Twitter. A discussão esquentou tanto que até memes começaram a circular — alguns comparando a situação com cenas de filmes de ação.

O que dizem as regras?

Olhando os manuais, a situação fica ainda mais clara:

  • Uso de frequências aéreas é restrito a comunicações operacionais
  • Qualquer desvio pode ser considerado violação de protocolos internacionais
  • Casos graves podem resultar em suspensão ou até perda da licença

Curiosamente, não é a primeira vez que algo do tipo acontece. Em 2022, um caso parecido foi registrado na Grécia — mas com mensagens contrárias à Rússia durante o conflito na Ucrânia. Parece que as torres de controle viraram palco para debates geopolíticos, brincou um especialista, com certa ironia.

Enquanto isso, passageiros que estavam nos voos afetados relatam misto de surpresa e preocupação. 'Pensei que fosse algum tipo de emergência', contou uma turista brasileira ao desembarcar. Outros nem notaram — afinal, quem presta atenção em tudo que os pilotos ouvem?

O caso ainda deve render. A DGAC prometeu revisar seus protocolos para evitar novos incidentes. Já as companhias aéreas... bem, essas preferiram não comentar. Melhor não arriscar, não é mesmo?