
Pois é, a história da reforma do Imposto de Renda parece aquela novela que todo mundo sabe como deveria terminar, mas os capítulos se arrastam. Só que agora, olha só, o plot pode estar prestes a mudar de maneira decisiva.
Enquanto a Câmara dos Deputados manteve a proposta praticamente engavetada – uma verdadeira represaria política –, o Senado Federal surge como a possível tábua de salvação. Quem aposta nesse cenário não é qualquer um: é o próprio líder do MDB na Casa, senador Eduardo Braga. Ele soltou o verbo e deixou claro que acredita, e muito, na capacidade do Senado de colocar os trilhos nos debates.
O Jogo de Xadrez Político
Não é simples, nem um pouco. A proposta, que mexe no bolso de praticamente todo mundo, desde o trabalhador assalariado até as grandes empresas, é um daqueles temas espinhosos. Na Câmara, o clima foi de… bem, vamos chamar de cautela excessiva. Talvez um medo genuíno de votar algo tão impactante num ano eleitoral? Quem sabe.
Mas o Senado, ah, o Senado parece encarar o desafio com outros olhos. Braga joga uma luz interessante: a Casa teria um ambiente mais propício para o debate técnico, menos sujeito aos ventos eleitoreiros mais imediatos. Será? É uma aposta arriscada, mas que faz certo sentido quando se olha para a composição do plenário.
E o que está em jogo, afinal? Mudanças na tabela de incidência do imposto, ajustes nas alíquotas, uma revisão completa no modo como o governo arrecada. Coisa pequena, não é? Pequena só no nome, porque na prática é uma revolução silenciosa.
E Agora, José?
A bola da vez está com os senadores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recebeu o convite para tocar a pauta e, pelo que tudo indica, não fez cara feia. O caminho natural seria a criação de uma comissão especial – um jeito de acelerar a discussão sem passar pela via tradicional, mais lenta.
O timing é tudo. Com a economia ainda tentando encontrar seu rumo após a pandemia, uma reforma tributária clara e justa (ou o mais perto disso que conseguirmos) seria um sinal de maturidade institucional. Mas, cá entre nós, ninguém está segurando muita respiração. A política brasileira tem dessas: quando você menos espera, ela te surpreende. Para o bem ou para o mal.
O fato é que a esperança renasceu. Se depender da confiança do líder do MDB, podemos ter novidades – e grandes – nos próximos meses. Resta saber se o otimismo vai se traduzir em ação. Fiquemos de olho.