Senado libera R$ 30 bilhões para Forças Armadas fora da meta fiscal, e equipe econômica pressiona
Senado libera R$ 30 bi para militares fora da meta fiscal

O Senado Federal aprovou nesta sexta-feira (25) uma medida que está causando desconforto no Palácio do Planalto. Os parlamentares autorizaram um crédito extraordinário de R$ 30 bilhões para as Forças Armadas, com uma particularidade que preocupa a equipe econômica: esses recursos não estarão sujeitos à meta fiscal do governo.

O que significa ficar 'fora da meta fiscal'?

Na prática, essa manobra orçamentária permite que o Ministério da Defesa realize gastos adicionais sem que eles sejam computados no cálculo do teto de gastos do governo federal. É como se fosse uma verba paralela que não impacta diretamente nas contas fiscais do país.

Os R$ 30 bilhões aprovados serão destinados principalmente para:

  • Manutenção e operação de equipamentos militares
  • Pagamento de pessoal e encargos sociais
  • Investimentos em infraestrutura das Forças Armadas
  • Programas estratégicos de defesa nacional

Tensão entre Defesa e Economia

Fontes do governo confirmam que a equipe do ministro Fernando Haddad na Fazenda recebeu com desagrado a notícia da aprovação do crédito extra. O entendimento dos economistas é que medidas como essa comprometem o esforço de equilíbrio das contas públicas e podem afetar a credibilidade fiscal do país.

Do outro lado, o Ministério da Defesa argumenta que os recursos são essenciais para a manutenção da capacidade operacional das Forças Armadas e para a segurança nacional. Setores militares alegam que há anos sofrem com restrições orçamentárias que prejudicam a prontidão das tropas.

O contexto político

A aprovação ocorre em um momento delicado para o governo, que tenta equilibrar as demandas por mais investimentos com a necessidade de mostrar responsabilidade fiscal aos mercados. O impasse reflete uma disputa interna sobre as prioridades do orçamento federal para 2025.

Especialistas em finanças públicas alertam que a criação de orçamentos paralelos pode minar a transparência das contas governamentais e dificultar o controle dos gastos públicos. O tema promete gerar mais debates nos próximos dias, com a equipe econômica buscando alternativas para compensar o impacto fiscal da medida.