
Parece que Celso Sabino resolveu apostar todas as fichas antes de, quem sabe, dar adeus ao Planalto. O secretário especial da Receita Federal – sim, aquele que cuida do dinheiro que entra nos cofres públicos – fez uma promessa que deixou muita gente de queixo caído.
Em reunião com a turma do setor produtivo, Sabino soltou a bomba: quer quase dobrar a arrecadação federal até o final deste mandato. Não é pouco, não. Estamos falando de saltar de R$ 35 bilhões para incríveis R$ 60 bilhões mensais. Algo que, convenhamos, beira o fantástico.
O Timing que Faz Pensar
O que mais chama atenção – e aqui a gente precisa conter o ceticismo – é o momento escolhido para esse anúncio grandioso. O secretário está literalmente com um pé fora da administração federal. Corre solto nos corredores de Brasília que ele seria o próximo ministro do Turismo, trocando as planilhas fiscais pelos destinos brasileiros.
Não seria mais prudente fazer esse tipo de promessa épica no começo do mandato? A sensação que fica é de um técnico que promete vitória já no vestiário, minutos antes de ser substituído. Soa estranho, não?
Os Desafios Enormes no Caminho
Para essa meta sair do papel, várias estrelas precisariam se alinhar – e algumas estão bem longe do céu brasileiro no momento:
- A reforma tributária, aquela que todo mundo fala mas ninguém vê, precisa sair do campo das ideias
- O crescimento econômico tem que engrenar de verdade, não só no discurso
- E o combate à sonegação fiscal precisa virar prioridade máxima
Sem esses ingredientes, a receita de Sabino parece mais um desejo do que um plano concreto. A equipe econômica do governo Lula, diga-se de passagem, ainda não mostrou que tem fôlego para tamanha empreitada.
O Que Fica no Ar
A grande questão que paira sobre Brasília – além do calor insuportável – é se essa promessa foi uma jogada política ou uma verdadeira meta de gestão. Será que Sabino realmente acredita nisso, ou está apenas tentando marcar sua passagem pela Receita com uma declaração impactante?
O fato é que, promessa ou não, o desafio está lançado. E a equipe econômica do governo agora tem um compromisso público quase impossível de cumprir. Resta saber se alguém vai cobrar os resultados caso Sabino realmente mude de pasta.
Enquanto isso, os contribuintes brasileiros seguem na torcida – mas também na dúvida. Afinal, já vimos muitas promessas grandiosas naufragarem nas águas turbulentas da política brasileira. Esta será diferente? O tempo – e os números da arrecadação – dirão.