
Parece que o mercado financeiro brasileiro acordou de mau humor hoje. De novo. Pela segunda sessão consecutiva, o Ibovespa fechou no vermelho — e não foi uma queda qualquer, não. O principal índice da bolsa brasileira recuou expressivos 0,82%, ficando em 117.981 pontos.
Mas o que está tirando o sono dos investidores? Dois fatores pesados, pra ser sincero. Primeiro, aquele baque do PIB do primeiro trimestre, que veio mais fraco que churrasco de vegano. A economia brasileira cresceu apenas 0,8% frente aos três meses anteriores, abaixo do que esperava até o mais pessimista dos analistas.
E tem mais: o julgamento do TSE envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro também está dando seus calafrios no mercado. A possibilidade de ele ficar inelegível por oito anos — o que mudaria completamente o jogo político de 2026 — criou uma névoa de incerteza que ninguém gosta.
Os números que doíram
Olhando de perto, a situação é ainda mais interessante. O volume financeiro negociado hoje foi de R$ 25,3 bilhões. Não é pouco, mas mostra que muita gente preferiu ficar na arquibancada, assistindo o jogo instead de entrar em campo.
No exterior, o cenário não ajudou em nada. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq caíam, puxados por aquela velha preocupação com os juros americanos. E aqui, claro, seguimos o script.
Setores no sufoco
Ninguém escapou ileso hoje. Os papéis de consumo cíclico, aqueles que dependem do humor do consumidor, foram os que mais sofreram. E faz sentido — com PIB fraco, a renda vai pro buraco e o pessoal segura mais a carteira.
As ações de materiais básicos também levaram uma surra, reflexo direto das preocupações com a economia global. E olha que ironia: até o setor financeiro, que normalmente é mais resiliente, acabou no prejuízo.
Parece que hoje foi daqueles dias em que tudo que podia dar errado... deu. O dólar subindo pra R$ 4,94, juros futuros disparando — o DI para janeiro de 2025 foi a 12,88% — e uma sensação geral de 'melhor esperar para ver'.
No fim das contas, o mercado detesta duas coisas acima de tudo: surpresas e incerteza. E hoje, infelizmente, ele levou uma dose generosa das duas.