
O tribunal de Justiça paulista acabou de deixar claro: não tem vez para quem acha que pode tudo. Thiago Brennand, aquele herdeiro do Grupo Moura – sim, das baterias – vai passar os próximos oito anos atrás das grades. E olha, a cela vai ser bem diferente dos ambientes chiques que ele frequenta.
O crime? Estupro. Uma palavra pesada, que ecoa nas paredes do tribunal e na vida de uma jovem estudante de medicina que teve sua dignidade rasgada. Tudo aconteceu naquele fatídico 15 de março de 2021, num apartamento de alto padrão na Vila Olímpia, em São Paulo. O endereço até parece bonito, mas foi palco de uma das piores violências que uma pessoa pode sofrer.
A vítima, uma garota forte mesmo com toda a dor, contou tudo nos mínimos detalhes. Disse que foi pra lá achando que seria mais um encontro casual, mas o que encontrou foi um pesadelo. Brennand, segundo ela, transformou-se completamente – e não foi pra melhor. A força que ele usou não deixou espaço para dúvidas: aquilo não foi um encontro consensual.
O julgamento e a defesa que não colou
Os advogados dele tentaram de tudo, viu? Argumentaram que tudo não passava de um 'encontro sexual consensual'. Mas o juiz Eduardo Siqueira não comprou essa história. As evidências eram claras demais, os depoimentos muito consistentes. A versão da vítima simplesmente fez mais sentido – e mostrou a verdade nua e crua.
O que mais choca nesses casos é a sensação de impunidade que alguns acham que têm. Brennand é rico, influente... mas a justiça (pelo menos desta vez) mostrou que o dinheiro não compra tudo. Oito anos de reclusão inicial em regime fechado é uma sentença que manda um recado forte: violência sexual não será tolerada, não importa quem cometa.
A defesa já anunciou que vai recorrer – porque é claro que vai. Sempre recorrem. Mas a condenação em primeira instância já é um passo enorme. Uma vitória dolorosa, mas ainda assim uma vitória para todas as mulheres que temem denunciar agressores poderosos.
Enquanto isso, a vida da estudante de medicina nunca mais será a mesma. Ela carregará as marcas desse dia para sempre. Mas pelo menos agora pode olhar para trás e saber que a justiça, mesmo tardia, reconheceu sua verdade. E isso, em um país onde tantos casos ficam impunes, já é algo.