
Em um cenário econômico cada vez mais complexo, o governo brasileiro parece ter adotado a procrastinação como estratégia. A arte de empurrar com a barriga, como bem define o economista Alexandre Schwartsman, tornou-se uma prática comum na administração pública.
O custo da indecisão
Enquanto problemas estruturais se acumulam, as soluções são constantemente adiadas. O resultado? Uma economia que patina, com baixo crescimento e inflação persistentemente alta.
Áreas críticas afetadas
- Reforma tributária: adiada por anos, criando insegurança jurídica
- Controle de gastos: medidas paliativas substituem ajustes necessários
- Política monetária: conflitos entre BC e governo geram volatilidade
Por que procrastinamos?
Schwartsman aponta que a procrastinação política ocorre por vários motivos:
- Medo do custo político de reformas impopulares
- Falta de consenso entre os poderes
- Ciclo eleitoral curto que incentiva soluções imediatistas
O especialista alerta: "Quanto mais se adia o inevitável, mais dolorosa será a correção". O Brasil já acumula décadas de reformas necessárias que nunca saíram do papel.
Alternativas para o futuro
Para romper esse ciclo, seria necessário:
- Estabelecer prioridades claras na agenda econômica
- Criar mecanismos de compromisso político de longo prazo
- Melhorar a comunicação sobre a necessidade das reformas
Enquanto isso não acontece, o país continua pagando o preço da procrastinação - com juros altos, crescimento medíocre e perda de competitividade internacional.