
Quem anda de olho em um cantinho próprio em Teresina parece ter um consenso: o bolso manda. Um levantamento recente mostrou que mais de 70% dos potenciais compradores de apartamentos na capital do Piauí estão caçando opções que não ultrapassem a marca dos R$ 350 mil. E não é por acaso – com a economia ainda engatinhando depois da pandemia, o preço virou o protagonista na hora de fechar negócio.
Dá pra entender, né? Afinal, entre contas que não param de chegar e o sonho de ter um teto só seu, o jeito é buscar equilíbrio. E os corretores já perceberam: "O pessoal chega com a planilha no celular, calculando cada centavo", comenta um deles, que prefere não se identificar.
O que explica essa tendência?
Além do óbvio fator econômico – porque convenhamos, tá difícil pra todo mundo –, alguns detalhes fazem desse valor um sweet spot para o mercado local:
- Financiamento facilitado: Muitos programas habitacionais trabalham nessa faixa
- Perfil dos compradores: Majoritariamente jovens casais e profissionais liberais
- Localização: Bairros como Buenos Aires e Noivos oferecem opções nesse range
Curiosamente, enquanto em outras capitais os lançamentos premium dominam as manchetes, aqui a realidade parece mais pé no chão. "A gente vê pouca procura por apartamentos de luxo", confirma uma corretora da região Sul da cidade, enquanto reorganiza os folders de empreendimentos na mesa.
E os que podem gastar mais?
Para os 30% que buscam imóveis acima desse valor, o perfil muda radicalmente: são geralmente investidores ou famílias que estão subindo na vida e querem mais espaço. Mas mesmo esses, segundo o estudo, raramente ultrapassam a barreira psicológica dos R$ 600 mil – um sinal claro de que Teresina ainda mantém seu charme de cidade com custo de vida mais amigável que outras metrópoles.
No fim das contas, o que o levantamento mostra é um retrato fiel do momento: num país onde o real vale cada vez menos, o piauiense está mostrando que sabe fazer as contas – e bem. Resta saber se os incorporadores vão acompanhar esse movimento ou insistir em projetos que poucos podem bancar.