
Finalmente, um suspiro de alívio. Depois de anos vivendo no fio da navalha — sem saber se o programa Direto do Campo continuaria ou não —, os comerciantes do Mercado Público de Florianópolis podem comemorar. A prefeitura definiu um prazo claro para a iniciativa, e a sensação é de que um peso saiu das costas de quem depende disso para sobreviver.
"Todo ano era a mesma novela", conta Maria*, dona de uma banca de hortifrúti, enquanto arruma caixas de tomate. "A gente ficava naquela angústia, sem saber se ia poder trabalhar ou não. Agora pelo menos dá pra respirar e planejar."
O que mudou?
Antes, o programa — que permite a venda direta de produtores rurais no centro da cidade — renovava anualmente, sem garantias. Uma roleta-russa burocrática que deixava todo mundo de cabelo em pé. Agora, o prazo foi estendido para três anos. Parece pouco? Para quem viveu na corda bamba, é como ganhar na loteria.
José*, que vende queijos artesanais há uma década, não esconde o alívio: "Isso aqui é nosso ganha-pão. Sem previsão, a gente ficava igual barata tonta — investia sem saber se valeria a pena. Agora dá pra pensar em crescer, entender?".
Impacto na cidade
Não são só os comerciantes que ganham. Florianópolis inteira se beneficia:
- Produtos frescos direto do campo, sem atravessadores
- Preços mais justos — tanto para quem vende quanto para quem compra
- Movimentação econômica no coração da cidade
E tem mais: a decisão veio num momento crucial. Com a alta dos alimentos, ter certeza de que o programa continuaria foi como um balde de água fria na crise. "A gente já tava segurando as pontas com os dentes", confessa Ana*, enquanto empacota folhas de couve. "Pelo menos essa batalha a gente não precisa mais lutar."
Claro, nem tudo são flores — ainda há discussões sobre melhorias no espaço e logística. Mas depois de tanta incerteza, ter um horizonte definido já é meio caminho andado. Ou, como diria seu Carlos, vendedor de mel: "Antes era salve-se quem puder. Agora a gente pode pelo menos olhar pra frente".
*Nomes alterados a pedido dos entrevistados