Escândalo na Irlanda: Crianças podem ter sido enterradas em vala clandestina em antigo lar católico
Vala clandestina com crianças é encontrada em lar católico na Irlanda

Um segredo sombrio vem à tona na Irlanda, e dessa vez não é sobre cerveja ou paisagens verdes. Um antigo lar para mães solteiras e crianças, administrado por freiras, pode esconder um dos capítulos mais macabros da história recente do país.

Parece roteiro de filme de terror, mas é pura realidade: investigações apontam que dezenas — quem sabe centenas — de corpos de crianças podem ter sido enterrados clandestinamente no local entre as décadas de 1920 e 1960. A descoberta foi feita através de um radar de penetração no solo, que detectou anomalias no terreno do antigo lar em Tuam, no condado de Galway.

O que o radar revelou

Os técnicos encontraram pelo menos 20 câmaras subterrâneas que, pasmem, parecem conter restos humanos. A maioria seria de crianças com idades entre 35 semanas e 3 anos. A causa das mortes? Desnutrição, doenças e, vamos combinar, provavelmente negligência criminosa.

"É como se tivessem jogado essas crianças no lixo", comentou um historiador local, com a voz embargada. E não é para menos — os registros mostram que a taxa de mortalidade no local chegava a ser cinco vezes maior do que a média nacional na época.

O silêncio da Igreja

A Arquidiocese de Tuam, responsável pelo lar, preferiu não comentar o caso. Conveniente, não? Enquanto isso, sobreviventes relatam histórias de horror: crianças tratadas como lixo, espancamentos rotineiros e condições sanitárias que fariam um cortiço parecer hotel cinco estrelas.

E o pior? Isso não foi coisa de séculos atrás. Estamos falando de algo que aconteceu enquanto nossos avós já andavam por aí. A instituição só fechou as portas em 1961, deixando para trás um legado de dor e, agora sabemos, possivelmente de corpos não identificados.

Justiça tardia?

O governo irlandês promete investigar até o fim, mas muitos duvidam. Afinal, a Igreja Católica na Irlanda sempre teve dedos longos e memória curta quando o assunto é assumir responsabilidades. Enquanto isso, familiares das possíveis vítimas exigem respostas — e um enterro digno para essas almas esquecidas.

O caso reacende o debate sobre os abusos sistemáticos cometidos pela Igreja na Irlanda, país que só recentemente começou a virar essa página negra de sua história. Resta saber se, desta vez, a verdade virá à tona — ou se será mais um caso varrido para debaixo do tapete sagrado.