O mundo dos podcasts, que costuma ser tão descontraído, virou palco de uma polêmica séria aqui no Ceará. Dois apresentadores — imagine só — agora respondem na justiça por homofobia. Tudo porque resolveram soltar um comentário que, na cabeça deles, era só piada, mas que cruzou completamente a linha do aceitável.
O caso é tão absurdo que chega a dar vergonha alheia. Durante uma transmissão, os podcasters miraram no jornalista Pedro Dultra e acertaram na dignidade alheia. Chamaram o profissional de "sapataozinha", um termo carregado de preconceito que não deveria ter espaço em nenhum debate, muito menos num programa que se propõe a entreter o público.
Quando a "brincadeira" vira crime
O que esses caras não entenderam — ou fingiram não entender — é que algumas coisas simplesmente não se dizem. A delegada Lívia Nogueira, que está tocando o caso, foi categórica: "Não cabe mais esse tipo de conduta na sociedade contemporânea". E olha, ela tem toda razão.
O pior de tudo? Isso não foi um deslize isolado. As investigações mostram que os comentários homofóbicos foram repetidos em vários episódios do tal podcast. Virou quase uma marca registrada deles, o que torna tudo ainda mais grave.
As consequências chegaram rápido
Pois é, meus amigos, as redes sociais não perdoaram. O vídeo com as ofensas viralizou — porque será, né? — e aí o buraco ficou ainda mais embaixo. A delegacia especializada em crimes homofóbicos do Ceará não teve como ignorar a comoção pública e abriu investigação.
O jornalista ofendido, Pedro Dultra, preferiu não comentar muito sobre o caso publicamente. Quem pode culpá-lo? Ninguém merece ter que ficar se explicando por ser quem é. Mas fontes próximas a ele contam que o profissional ficou profundamente constrangido com a exposição desnecessária.
E agora os podcasters podem responder na justiça por injúria qualificada por preconceito. A lei é clara: quando a ofensa envolve discriminação por orientação sexual, a pena pode ser bem mais pesada. Será que valeu a pena a "piadinha"?
Um alerta para a internet
Esse caso serve como um daqueles alertas que a gente sempre dá mas ninguém escuta: a internet não é terra sem lei. O anonimato — ou a sensação dele — faz com que algumas pessoas soltem a franga e digam coisas que nunca teriam coragem de falar pessoalmente.
- Liberdade de expressão tem limite sim
- Humor que humilha não é humor, é bullying
- As consequências podem ser reais — e dolorosas
O que me preocupa, sinceramente, é que ainda tem muita gente por aí achando que pode tudo em nome da "zoeira". Mas aí quando a conta chega, ficam surpresos. Pois é, a vida prega essas peças.
Enquanto isso, o caso segue tramitando na justiça cearense. Os envolvidos terão que arcar com as consequências dos seus atos — e tomara que sirva de exemplo para outros que ainda insistem em confundir humor com discriminação.
No fim das contas, o respeito deveria ser a regra básica de qualquer conversa, seja num podcast com milhares de ouvintes ou numa mesa de bar entre amigos. Mas parece que algumas pessoas ainda precisam aprender isso na marra.
