
Não é todo dia que um juiz vira personagem de livro infantil — e menos ainda quando essa história real ganha um capítulo extra no mundo dos adultos. Na última quinta-feira (8), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal parecia mais um cenário de conto de fadas (mas com toga e processos).
O protagonista? O juiz Fulano de Tal, cuja trajetória — que já inspirou páginas coloridas para crianças — agora rendeu o título de Cidadão Honorário de Brasília. A sessão solene foi daquelas que fazem até o mais durão dos desembargadores sorrir discretamente.
Da literatura infantil ao plenário
Quem diria que a mesma história contada em letras garrafais para os pequenos leitores — com direito a ilustrações de juiz sorridente — desembocaria num reconhecimento tão grandioso? O livro "O Juiz que Plantava Justiça", lançado em 2022, foi só o começo.
"Quando escrevi para crianças, imaginei que estaria plantando uma sementinha", comentou o homenageado, com um meio-sorriso que denunciava orgulho contido. "Mas colher esse fruto aqui... Bem, isso superou qualquer expectativa."
Uma carreira que virou exemplo
Com 25 anos de magistratura, o juiz construiu uma reputação que mistura rigor legal com — pasmem — humanidade. Sim, aquela qualidade rara nos fóruns:
- Transformou audiências de custódia em modelos nacionais
- Criou projetos de mediação que reduziram conflitos em 40%
- Virou caso de estudo em faculdades de Direito
E agora, como se não bastasse, entra para o seleto grupo de honorários da capital federal — ao lado de nomes como Oscar Niemeyer e Renato Russo.
"Até meu neto me acha famoso"
A cerimônia teve momentos que fariam qualquer roteirista de novela suspirar. Quando o pequeno Pedro, 8 anos, subiu ao palco segurando o livro infantil e disse "Vovô, você é meu herói", até os seguranças mais sisudos se comoveram.
"Depois que saiu o livro, virou moda na escola dele", contou o juiz, entre risos. "Agora quando visito a classe, as crianças me pedem autógrafos como se eu fosse jogador de futebol."
O título — aprovado por unanimidade na Câmara Legislativa — não é só um pedaço de papel. Representa o reconhecimento por décadas dedicadas a fazer da justiça algo mais... Justo. E humano.