
Não é todo dia que a gente vê história sendo feita — mas essa semana promete arrepiar. Enquanto milhares de mulheres indígenas ocupam Brasília com cores, cantos e demandas ancestrais, um anúncio vai ecoar bem mais forte que os tambores: o lançamento oficial da Fundação Marielle Franco, batizada em homenagem à vereadora assassinada em 2018.
Quem diria, hein? Cinco anos depois daquela noite de março que chocou o país, o nome dela continua ecoando — e agora ganha forma concreta. A fundação vai nascer no calor da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, entre pinturas corporais e cocares que desafiam o céu cinza do Planalto.
Por que isso importa?
Ah, se Marielle estivesse aqui para ver... A instituição promete ser mais que um memorial — quer ser um "território de luta", nas palavras da viúva Mônica Benício. Traduzindo: vai desde formar lideranças até pressionar por justiça no caso ainda não resolvido do assassinato.
- Foco em direitos humanos (óbvio, mas sempre necessário)
- Programas para mulheres, negros e LGBTQIAP+
- Monitoramento de políticas públicas — aquela cobrança que Marielle fazia tão bem
Detalhe que arrepia: a data escolhida não foi aleatória. O lançamento acontece no mesmo dia em que indígenas protestam contra o "marco temporal" — aquela tese esdrúxula que quer limitar demarcações. Coincidência? Jamais. É pura estratégia política, no melhor estilo que Marielle adoraria.
E as mulheres indígenas nisso tudo?
Pois é, tem camadas nessa história. Enquanto a fundação deslancha, lá fora rola um protesto que mistura urucum com hashtag. Cerca de 5 mil mulheres de 150 povos diferentes ocupam a Esplanada — muitas delas carregando cartazes com o rosto de Marielle. Sabe aquela aliança entre causas que tanto falam? Está acontecendo diante dos nossos olhos.
"Ela era nossa aliada", conta uma liderança Guarani entre lágrimas. "Defendia a terra como a gente defende — como mãe." E agora, nessa ironia do destino, a homenagem à vereadora carioca se funde com os cantos em Tupi-Guarani que ecoam no Congresso.
O evento promete — além de discursos inflamados — performances artísticas e uma exposição com objetos pessoais de Marielle. Tem até um cocar que ela ganhou em visita a uma aldeia, meses antes de morrer. Simbólico? Mais que isso: é político com P maiúsculo.