
Imagine abrir a torneira e... nada. Absolutamente nada. Essa tem sido a realidade exasperante de milhares de cearenses desde quinta-feira. Sim, mais de um dia e meio sem o mais básico dos serviços públicos. E o pior? A promessa de normalização que simplesmente não se concretiza.
Os trabalhos da Cagece – Companhia de Água e Esgoto do Ceará – em uma adutora crucial, que deveriam ser uma solução, se transformaram num pesadelo doméstico generalizado. A tal intervenção, iniciada por volta das 10h da quinta-feira (11), tinha previsão de durar meras 12 horas. Pois é, o tempo passou e o problema, ah, o problema ficou.
E aí, quem está pagando o pato? A lista de localidades afetadas é longa e variada. Desde a movimentada Avenida Borges de Melo até o Conjunto Palmares, passando por partes do Papicu e do Cocó. A Zona Leste de Fortaleza e municípios da Região Metropolitana, como Pacatuba, também sentem o baque. Um verdadeiro caos hídrico.
O Que Diz a Cagece?
Em nota, a companhia assumiu que o serviço foi mais complexo do que o inicialmente projetado. Um daqueles clássicos "imprevistos técnicos", sabe como é? Eles detalharam que a obra era na Adutora do Gavião, um ponto vital do sistema. O objetivo era nobre: instalar uma tubulação nova para melhorar a rede. Só que, entre o planejado e a execução, a coisa desandou.
O reinício do bombeamento de água, que era a luz no fim do túnel para todos, só aconteceu às 5h de sexta-feira (12). E mesmo assim, não foi um botão que se aperta e tudo volta a funcionar magicamente. O processo de normalização do abastecimento é lento, gradual e, francamente, está testando a paciência de todo mundo.
O Desespero do Dia a Dia
Sem água para beber, cozinhar, tomar banho ou dar descarga. A situação é, no mínimo, indignante. Moradores relatam ter que comprar galões de água mineral – um custo extra inesperado no orçamento – ou depender da boa vontade de caminhões-pipa, que não dão conta de toda a demanda.
É uma quebra completa da rotina. Restaurantes com funcionamento prejudicado, comércios fechados mais cedo e aquele mal-estar geral de não ter previsão certa para o retorno da normalidade. Uma verdadeira loteria: em alguns pontos a água já voltou, mas em muitos outros, a torneira continua seca e o desespero, aumentando.
A Cagece finalizou seu comunicado pedindo... paciência. Sim, paciência. E garantindo que as equipes trabalham sem parar para restabelecer o fornecimento. Mas para quem está há 36 horas com o reservatório vazio, essas palavras soam um tanto vazias também.