Famílias resistem após reintegração de posse no Dique Sarandi, em Porto Alegre: o que está por trás do conflito?
Famílias resistem após reintegração no Dique Sarandi

O cenário é de tensão e resistência. Mesmo após a reintegração de posse determinada pela Justiça, famílias seguem firmes no Dique Sarandi, em Porto Alegre — como se cada barraco fosse um castelo cercado por um exército invisível de incertezas.

Não é simples teimosia. A coisa vai mais fundo: falta de alternativas, promessas não cumpridas e aquela velha sensação de que o sistema sempre joga contra os mais frágeis. "A gente não tem pra onde ir", desabafa uma moradora, enquanto arruma panelas em um canto do barraco que já viu dias melhores.

O pulso firme da lei versus a realidade dura

A decisão judicial não chegou de surpresa — essas coisas nunca chegam. Mas quando o papel timbrado bate na porta, a realidade parece dobrar de peso. Oficialmente, a área pertence à União, que alega riscos ambientais e de segurança. Só que entre o "dever ser" e o "poder ser", existe um abismo chamado vida real.

Do outro lado, as famílias argumentam:

  • Moram no local há anos (algumas, décadas)
  • Não receberam proposta de reassentamento adequada
  • Investiram do pouco que tinham em melhorias nos barracos

Não é briga de rua, é matemática básica: zero opções + necessidade = resistência.

O jogo político por trás dos barracos

Enquanto isso, os políticos fazem o que sabem fazer melhor — jogar a batata quente. Uns defendem a "rigorosa aplicação da lei". Outros falam em "soluções humanizadas". E no meio? Pessoas reais, com medo real de acordar com tratores na porta.

O prefeitura local garante que está "estudando alternativas". Mas entre estudo e ação, existe um oceano de burocracia que essas famílias não podem atravessar a nado.

E você, leitor, deve estar se perguntando: cadê o tal diálogo? Pois é... parece que ele foi passear justo quando mais precisavam dele.