
Imagine acordar num dia comum, planejar sua rotina de trabalho e, de repente, ver sua vida virar de cabeça para baixo por um erro grotesco do sistema. Foi exatamente isso que aconteceu com um engenheiro agrônomo de 42 anos em Limoeiro do Norte, no interior do Ceará.
Na última terça-feira (2), ele foi detido — algemado em frente à família — sob a acusação absurda de integrar uma organização criminosa. Cinco dias preso. Cinco dias de angústia, medo e incredulidade.
O que realmente aconteceu?
De acordo com a defesa do agricultor — sim, agricultor! —, tudo não passou de um enorme equívoco. A prisão teria sido baseada numa fotografia antiga, onde ele supostamente aparecia ao lado de investigados. Só que a tal foto, segundo seu advogado, nem existiria. Um fantasma. Um boato transformado em “prova”.
Além disso, um suposto áudio incriminador citando seu nome também foi usado como “fundamento” para a custódia. Só que, de novo, nada foi encontrado. Nada foi apresentado. Nada foi ouvido.
“Não há nenhum elemento concreto.”
A frase é do defensor público Diego Rodrigues, que entrou com um pedido de soltura urgente. E deu certo. Na tarde deste domingo (5), o juiz plantonista da Comarca de Limoeiro do Norte reviu a decisão e ordenou a liberdade imediata do profissional.
Motivo? Simples e direto: não havia qualquer prova ou indício mínimo de que o agrônomo realmente participava de atividades ilícitas. Nada. Zero.
Pausa para respirar. Imagina a cena: você, preso, sem saber por quê. Sua família, desesperada. Seu nome, manchado publicamente. Tudo por um engano que poderia ter sido evitado com uma checagem mais cuidadosa.
E agora? O que diz a Justiça?
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) emitiu uma nota confirmando a soltura. Diz que o agrônomo foi preso durante uma operação da Polícia Civil, mas que, após análise, “não restaram comprovados seus eventuais envolvimentos com a organização criminosa”.
Ou seja: prenderam primeiro, foram averiguar depois. E olhe lá.
O homem já está em liberdade. Mas e o estrago? E a exposição? E os cinco dias que ele perdeu atrás das grades, longe da família e do trabalho?
Perguntas que ficam. Alertas que acendem. Até quando histórias como essa se repetirão?