
Numa jogada que mistura empatia e pragmatismo, o Brasil está montando aquele que pode ser o mais completo esquema de recepção a cidadãos que decidiram — ou precisaram — voltar para casa depois de temporadas no exterior. E olha que não é só um abraço simbólico: tem método por trás da emoção.
O que muda na prática?
Primeiro, esqueça aquela burocracia que faz você perder a paciência antes mesmo de recuperar o fuso horário. O plano prevê:
- Balcão único para regularização documental (CPF, RG, tudo num lugar só)
- Acesso prioritário a programas de qualificação profissional
- Aconselhamento psicológico — porque voltar não é fácil, né?
- Intermediação com empresas que valorizam experiências internacionais
"A gente sabe que muitos retornam em situação vulnerável", admite um coordenador do projeto, enquanto ajusta os óculos. "Mas também enxergamos nisso uma oportunidade de trazer de volta cérebros e talentos que o país investiu para formar."
Os números por trás da história
Só nos últimos 3 anos, estima-se que mais de 300 mil brasileiros tenham regressado — alguns por saudade, outros pela crise global, vários por uma combinação explosiva de fatores. E aqui está o pulo do gato: quase 40% enfrentam dificuldades para se reinserir no mercado de trabalho.
Não é à toa que o programa inclui parcerias com:
- Sindicatos e associações profissionais
- Universidades para revalidação de diplomas
- Incubadoras de negócios
Num canto do documento, uma frase chama atenção: "Reintegração não é assistencialismo — é reconhecimento de potencial". Quase poético, se não fosse tão prático.
E os desafios?
Claro que tem pedras no caminho. Alguns estados ainda não estruturaram seus núcleos de atendimento, e há quem critique a "falta de urgência" na implementação. Mas os idealizadores garantem: até o fim do semestre, todas as capitais terão postos funcionando.
"É como receber um familiar que viveu anos fora", compara uma psicóloga envolvida no projeto. "Precisa de tempo, paciência e — principalmente — de espaço para contar suas histórias."
Enquanto isso, nas redes sociais, os repatriados já começam a compartilhar experiências. Alguns com saudade do que deixaram, outros aliviados por estar em casa. Todos, porém, agradecendo por não serem tratados como estrangeiros no próprio país.