Arte que Liberta: Detentos do Amapá Brilham com Obras na Expofeira e Mostram o Poder da Reinserção
Arte de detentos do Amapá emociona visitantes na Expofeira

Quem passa pela Expofeira do Amapá neste ano se depara com uma mostra de força e superação. E não é só no agronegócio. Num cantinho especial, uma exposição está arrancando suspiros e, quem sabe, mudando preconceitos. São mais de 70 obras – quadros que contam histórias silenciosas, esculturas que moldam o futuro, artesanatos cheios de detalhes – todos feitos pelas mãos de quem busca uma segunda chance.

Os artistas? Pessoas em regime semiaberto no Instituto de Administração Penitenciária do Amapa (IAPEN). A iniciativa, parte do projeto 'Empreendedorismo no Cárcere', é daquelas que a gente torce para dar certo. E pelo visto está dando. Eles aprendem um ofício, se dedicam, e o resultado está ali, para todo mundo ver. A exposição, batizada de 'Reinserção e Arte', fica no estande da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) até o dia 14.

Muito Mais que uma Simple Obra

O que vale aqui não é o preço da tinta ou do barro. É o valor humano, difícil até de calcular. A coordenadora do projeto, Eliane Pinto, não esconde o orgulho. Ela diz que o objetivo vai bem além de ocupar o tempo deles. É sobre resgatar a autoestima, mostrar que eles são capazes, que podem contribuir com a sociedade. É dar uma ferramenta para que, quando saírem, tenham uma perspectiva real de trabalho e renda. Algo tangível.

E parece que o recado está chegando. Um dos detentos, que preferiu não se identificar, falou com uma esperança que contagia. Ele contou que se descobriu na arte, que o projeto deu um novo significado para os dias dele lá dentro. Agora, ele não vê a hora de usar esse novo talento para recomeçar a vida do lado de fora, longe dos erros do passado.

Um Estande Diferente de Todos os Outros

Enquanto a feira corre com seus negócios e atrações, aquele cantinho serve como um lembrete poderoso. Um lembrete de que a segurança pública não é feita só de grades e cadeados. Às vezes, ela é construída com pincéis, tintas e, principalmente, oportunidades. A secretária da Sejusp, Tatiana Matos, reforçou que essa é uma das frentes de atuação do governo para reduzir a reincidência criminal. É investir nas pessoas.

Quem for à feira pode visitar a exposição e, quem sabe, levar para casa um pedaço dessa história de transformação. As peças estão à venda, e o valor arrecadado é revertido para os próprios detentos-artistas. Uma forma de já começarem a construir esse novo futuro, um centavo de cada vez.

No final das contas, a feira deste ano ganhou um sabor especial. É a prova viva de que talento e potencial podem brotar nos lugares mais inesperados. Basta alguém dar a chance.