
Numa manhã como outra qualquer no movimentado Aeroporto Internacional de Brasília, algo diferente chamou a atenção dos passageiros apressados. Entre malas rodando e anúncios de voos, uma ação discreta mas poderosa marcou o Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas.
Quem passou pelo terminal na terça-feira (30) se deparou com uma cena incomum: equipes da Secretaria de Justiça e Cidadania do DF, em parceria com a Polícia Federal, distribuíam materiais informativos e abordavam viajantes com um papo franco sobre esse crime que, pasme, movimenta bilhões anualmente.
Números que assustam
Segundo dados da ONU, o tráfico humano é o terceiro negócio ilegal mais lucrativo do mundo - perde só para drogas e armas. E o pior? Muita gente nem desconfia que pode estar diante de uma vítima.
"Achamos que isso só acontece em filme", comentou uma passageira que preferiu não se identificar, enquanto folheava o folheto recebido. "Mas os agentes me explicaram que os aliciadores usam até redes sociais hoje em dia."
Como identificar?
Os especialistas destacaram alguns sinais de alerta:
- Pessoas que não falam por si mesmas ou parecem coagidas
- Documentos retidos por terceiros
- Histórias inconsistentes sobre a viagem
- Sinais físicos de abuso ou medo excessivo
E aqui vai um dado que faz pensar: aeroportos são pontos críticos nesse tipo de crime. Daí a importância de ações como essa, que transformaram o terminal num verdadeiro espaço de aprendizado por um dia.
Não foi só distribuir papel - os agentes criaram situações interativas, quase como um jogo, para engajar o público. "A receptividade surpreendeu", admitiu um dos organizadores, visivelmente satisfeito com os resultados.
Quem quiser denunciar casos suspeitos pode ligar para o Disque 100 ou procurar a Polícia Federal. Afinal, como lembraram os organizadores, combater esse crime é dever de todos nós.