
Imagine a cena: você economizou anos para comprar seu cantinho, assinou o contrato cheio de esperanças, e agora... silêncio. A obra está parada, a construtora some do mapa, e o sonho da casa própria vira um pesadelo burocrático. Em Campinas, essa situação tem se tornado mais comum do que se imagina.
Segundo o especialista em direito imobiliário Carlos Mendonça, "o consumidor não está indefeso". Mas precisa agir rápido e com estratégia. "Muita gente fica só reclamando no WhatsApp do corretor, quando deveria estar tomando atitudes concretas", alerta.
O que fazer quando a obra atrasa?
Primeiro: respire fundo. Depois:
- Documente tudo - fotos da obra parada, prints de conversas, e-mails ignorados
- Exija a notificação formal da construtora sobre o atraso (por escrito!)
- Calcule os dias de atraso - isso define seus direitos
Ah, e não caia no conto do "é só mais um mês". Depois de 180 dias de atraso, a lei permite até a rescisão do contrato com devolução do dinheiro.
E as multas? E os juros?
Isso que você quer saber, né? Pois bem: a construtora deve pagar 0,5% do valor do imóvel por mês de atraso, mais correção monetária. Mas - e sempre tem um mas - muitos contratos escondem cláusulas abusivas que tentam reduzir esse valor.
"Já vi caso onde o comprador conseguiu R$ 80 mil de indenização por atraso de 2 anos", conta Mendonça. Mas também já viu gente perder tudo por não agir no tempo certo.
E quando a construtora fali?
Pior cenário possível, mas não é o fim. Ainda há esperança:
- Entre imediatamente com ação na Justiça
- Busque seu dinheiro no fundo garantidor (se houver)
- Junte-se a outros compradores - unidos têm mais força
Na região de Campinas, três grandes empreendimentos estão nessa situação crítica. E adivinha? Quem agiu rápido já está recebendo parte do investimento de volta.
O segredo? Não ficar só na reclamação. Ação gera reação, como dizia Newton - e nesse caso, pode gerar seu imóvel ou seu dinheiro de volta.