Mãe brasileira de sobrinho de porta-voz da Casa Branca é detida pelo ICE
Brasileira detida pelo ICE nos EUA é mãe de sobrinho de porta-voz

Brasileira é detida pelo ICE nos Estados Unidos

A brasileira Bruna Caroline Ferreira, que é mãe do sobrinho da porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, foi detida pelo ICE (Immigration and Customs Enforcement), a agência de imigração dos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo advogado da brasileira, Todd Pomerleau, em entrevista à rede CNN.

Histórico de imigração e situação familiar

De acordo com o Departamento de Segurança Interna americano, Bruna estava de forma ilegal no país desde junho de 1999, quando seu visto de turista B2 venceu e ela não deixou os Estados Unidos. A brasileira chegou ao país em dezembro de 1998, ainda criança, trazida pelos pais com visto válido.

O sobrinho de Leavitt, filho de Bruna, vive desde que nasceu com o pai, que é irmão da porta-voz, em New Hampshire. Segundo fontes anônimas citadas pela CNN, Leavitt e Ferreira não se falariam há anos.

Controvérsias e defesa

O Departamento de Segurança Interna americano classificou Bruna como "uma estrangeira criminosa ilegal do Brasil" que já foi detida por agressão. No entanto, seu advogado, Todd Pomerleau, contesta veementemente essa afirmação.

"Nós contestamos a afirmação de que ela tem ficha policial. Ela não é uma 'estrangeira criminosa ilegal'", declarou Pomerleau à CNN.

Atualmente, Bruna encontra-se no Centro de Processamento do ICE no sul da Louisiana, aguardando o processo de deportação. O Departamento de Segurança Interna ressaltou que, sob a administração do presidente Trump e da secretária Kristi Noem, todos os indivíduos em situação irregular nos Estados Unidos estão sujeitos à deportação.

Família e campanha de arrecadação

Michael Leavitt, irmão da porta-voz da Casa Branca e pai da criança, manifestou preocupação com a segurança e privacidade do filho. Ele afirmou que sempre tentou manter uma relação com a brasileira e que o filho não fala com a mãe desde sua detenção.

Uma vaquinha online foi criada há seis dias pela irmã de Bruna, Graziela, e arrecadou quase US$ 20 mil até o começo da tarde desta quarta-feira. O texto da campanha descreve que Bruna foi trazida aos Estados Unidos pelos pais quando era criança e fez de tudo para construir uma vida honesta e estável no país.

Segundo a campanha, Bruna manteve seu status legal pelo DACA (programa do governo americano que dá proteção temporária a pessoas que entraram no país quando eram crianças), seguiu todos os requisitos e sempre se esforçou para fazer o que é certo. O filho de Bruna com o irmão da porta-voz da Casa Branca tem 11 anos.

"Estamos pedindo ajuda financeira para cobrir taxas e custos legais necessárias para dar a Bruna a melhor chance possível de voltar para sua família", diz o texto da vaquinha online.

A reportagem não conseguiu estabelecer contato direto com Ferreira ou seu advogado para obter mais detalhes sobre o caso.