Empreendedoras Negras: A Força Econômica Invisível que Impulsiona o Brasil
Empreendedoras negras: a força invisível da economia

Elas estão por toda parte, mas muitas vezes passam despercebidas. Nas feiras livres, nas ruas comerciais, nas pequenas lojas de bairro – as empreendedoras negras constituem uma verdadeira espinha dorsal da economia brasileira. E o que é mais impressionante? Fazem isso nadando contra uma maré de dificuldades que poucos conseguem imaginar.

Os números, quando você os vê, são de deixar qualquer um de queixo caído. Só em 2022 – pasmem – essas guerreiras movimentaram nada menos que R$ 817 bilhões. É um dinheiro que dá voltas ao mundo, mas que muitas vezes não aparece nas manchetes dos grandes jornais.

Um retrato que surpreende

Pense comigo: enquanto o empreendedorismo em geral cresceu 9% entre 2021 e 2022, o das mulheres negras disparou 21%. Vinte e um por cento! É como comparar um fusca com um foguete. E tem mais – elas já representam 28% de todos os donos de negócio no país. Quase um em cada três.

Mas aqui vem a parte que dói no bolso: mesmo sendo tão numerosas e trabalhando que nem loucas, a renda média delas é 40% menor que a dos homens brancos. Quarenta por cento! É como se a cada dez reais que um homem branco ganha, elas ficassem com seis.

As barreiras invisíveis (e as visíveis também)

O acesso ao crédito? Uma batalha diária. Enquanto 30% dos empreendedores em geral conseguem empréstimos, só 16% das mulheres negras têm a mesma sorte. E quando conseguem, os juros são mais salgados – algo em torno de 34% ao ano, contra 26% dos demais.

E não é só dinheiro que falta. Tem a questão da representatividade. Quantas executivas negras você vê nos conselhos das grandes empresas? Pois é – uma raridade. Como dizem por aí, é difícil ser o que você não vê.

O lado bom da história

Mas nem tudo são espinhos. Muitas encontraram no empreendedorismo uma saída para a falta de oportunidades no mercado formal. Viraram chefes de si mesmas, criaram seus próprios horários, descobriram talentos que nem sabiam que tinham.

E tem a questão da identidade – produtos que celebram a cultura negra, serviços pensados para seu próprio público, uma autenticidade que nenhuma multinacional consegue copiar.

O futuro que queremos construir

Organizações como o SEBRAE e grupos de apoio específicos estão começando a mudar esse jogo. Programas de mentoria, linhas de crédito diferenciadas, networking – tudo ajuda. Mas ainda é pouco perto do potencial que está ali, esperando para explodir.

Imagine só se todas essas mulheres tivessem o mesmo acesso a recursos e oportunidades? O Brasil daria um salto econômico que deixaria qualquer analista de mercado com os cabelos em pé.

No final das contas, o que essas números mostram é simples: as empreendedoras negras não são apenas parte da economia brasileira. Elas são a economia brasileira. Só que ninguém estava prestando atenção.