
O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) alertou que as propostas para substituir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) enfrentarão forte resistência no Congresso Nacional. Em entrevista, o parlamentar destacou que a busca por alternativas ao tributo esbarra em divergências políticas e interesses setoriais.
"Qualquer mudança no IOF exigirá amplo debate e negociação. Há setores que dependem desses recursos, e a substituição não será simples", afirmou Motta. O imposto, criado em 1993, incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros, sendo uma fonte relevante de arrecadação para o governo federal.
Desafios para a reforma tributária
Segundo o deputado, as alternativas ao IOF precisam considerar o impacto fiscal e a viabilidade política. "Não adianta propor algo teoricamente perfeito se não houver apoio no Congresso", disse. Ele citou a complexidade do sistema tributário brasileiro como um dos entraves para avançar em reformas.
Entre as possíveis alternativas discutidas estão:
- Redução gradual do IOF com compensação em outros tributos
- Criação de um imposto específico para setores financeiros
- Integração do IOF em uma reforma tributária mais ampla
Cenário político
Motta avalia que o governo terá dificuldades para emplacar mudanças sem o apoio de líderes partidários e da base aliada. "O tema é sensível e afeta diferentes grupos econômicos. O Legislativo tende a ser cauteloso", explicou.
O parlamentar também mencionou a pressão do mercado financeiro por reduções no IOF, mas ponderou que qualquer alteração precisa preservar o equilíbrio fiscal. "É preciso encontrar um meio-termo entre as demandas do setor privado e as necessidades do Estado", concluiu.