
O Rio de Janeiro está prestes a enfrentar uma tempestade perfeita — e não, não é aquela que vem do céu. Com o tarifaço batendo à porta, 42% das empresas que serão taxadas admitem, sem rodeios, que a tesoura pode chegar nos empregos. Não é blefe. É matemática fria.
Parece até ironia: justo agora, quando a economia dava sinais de respirar, vem um pacote de impostos que pode asfixiar empregos. E olha que não são só as pequenas empresas — até gigantes estão revendo seus quadros. "Ou cortamos custos, ou afundamos", diz um empresário do setor de alimentos que prefere não se identificar. (E quem pode culpá-lo?)
Os números que doem
Dá pra resumir em três dados:
- 42% — quase metade! — das empresas consideram demissões inevitáveis
- Setor de serviços é o mais ameaçado — 58% deles estão com a faca no pão
- Estimativa de até 15 mil postos em risco só no primeiro semestre
Não é só papo de economista. A dona Maria, que tem uma lanchonete na Tijuca, já fez as contas: "Se subir mesmo, vou ter que mandar embora meu ajudante. E olha que ele é como um filho pra mim". A voz dela treme. O coração, também.
Efeito dominó
O pior? Isso é só a ponta do iceberg. Cada demissão significa:
- Menos consumo na padaria da esquina
- Mais inadimplência no aluguel
- Famílias inteiras repensando cada real
E tem mais — alguns especialistas (aqueles que ainda se arriscam a dar opinião) falam em "reação em cadeia". Quando uma empresa demite, outras sentem. É como jogar uma pedra num lago congelado: as rachaduras se espalham rápido.
"É o tipo de medida que pode transformar uma crise econômica em crise social", solta um analista, entre um gole de café e outro. O clima? De quem vê o trem chegando mas não pode sair dos trilhos.
E você, já sentiu o baque aí na sua rua? O Rio parece estar entre a cruz e a caldeirinha — de um lado, a necessidade de arrecadar; do outro, empregos que evaporam. Difícil não lembrar daquele ditado: "De boas intenções, o inferno está cheio".