
O aumento nas tarifas de energia elétrica — aquele que todo mundo tá chamando de "tarifaço" — virou um pesadelo pra quem tenta manter as portas abertas. E olha que não é pouco: desde o começo do ano, os valores subiram como foguete em dia de lançamento.
Pequenos empresários, aqueles que movimentam a economia de bairro, estão com as contas no vermelho. Alguns já cortaram funcionários, outros reduziram horários — e tem até quem esteja pensando em fechar as portas de vez. E a ajuda do governo? Prometida, mas ainda não saiu do papel.
"É como enxugar gelo", diz dono de padaria
João Carlos, dono de uma padaria no centro de São Paulo, não esconde a frustração: "Todo mês a conta de luz chega mais alta. A gente tenta repassar um pouco pro preço do pão, mas o cliente também tá apertado. É um círculo vicioso." Ele conta que já cortou iluminação extra e reduziu o uso de equipamentos, mas a diferença no bolso é mínima.
E não é só ele. Conversando com outros comerciantes pela cidade, a história se repete:
- Mercados reduzindo horários de funcionamento do ar-condicionado
- Lojas trocando lâmpadas por modelos mais econômicos (quando podem)
- Pequenas fábricas adiando investimentos por medo dos custos
Onde está o socorro?
O governo federal anunciou um pacote de medidas em julho — linhas de crédito especiais, subsídios, o pacote completo. Só que, passado mais de um mês, nada saiu do campo das ideias. E o pior? Ninguém consegue dizer quando vai sair.
Um funcionário do Ministério da Economia, que preferiu não se identificar, admitiu que "há entraves burocráticos" (traduzindo: papelada e mais papelada). Enquanto isso, os empresários seguem na corda bamba, tentando equilibrar as contas sem cair no precipício.
Será que a ajuda vai chegar a tempo? Ou vai ser como aquela promessa de verão que nunca vem? A pergunta que fica é: até quando o pequeno empreendedor aguenta segurar essa barra sozinho?