
Numa jogada que mistura xadrez econômico e guerrilha comercial, o presidente Lula sacou sua cartada nesta segunda-feira (28). Enquanto os holofotes internacionais ainda estavam voltados para as polêmicas tarifas anunciadas por Donald Trump, o Palácio do Planalto desembolsou um pacote de R$ 3,8 bilhões para turbinar as exportações das pequenas empresas brasileiras.
"É hora de virar o jogo", disparou o ministro Geraldo Alckmin durante o anúncio, com aquele jeitão de técnico dando instruções no vestiário. O plano? Uma combinação afiada de:
- Linhas de crédito com juros que não assustam
- Desburocratização que tira o nó da papelada
- Incentivos fiscais que deixam qualquer contador sorrindo
O timing não foi por acaso
Enquanto o mercado ainda mastigava a notícia dos novos impostos sobre alumínio e aço brasileiros — uma facada de Trump que pode chegar a 25% —, o governo federal decidiu contra-atacar. Mas não com retórica vazia. Com grana na mesa.
"Pequeno negócio que exporta é como formiga trabalhando: ninguém vê, mas move montanhas", filosofou Lula, numa daquelas analogias de boteco que ele domina como ninguém. E os números confirmam: as micro e pequenas já respondem por 8% das vendas externas do país.
Na prática, o que muda?
Imagine você, dono de uma fábrica de doces artesanais no interior de Minas, querendo vender para a Europa. Antes, era aquela via-crúcis de taxas, impostos e burocracias que davam dor de cabeça. Agora, o governo promete:
- Crédito com taxas abaixo do mercado (e sem aquela papelada que nunca acaba)
- Isenção de PIS/Cofins para quem está começando no mercado internacional
- Consultoria grátis para aprender a navegar nas águas turbulentas do comércio exterior
Não é milagre, claro. Especialistas ouvidos pelo R7 lembram que o desafio vai além de dinheiro — falta estrada, porto eficiente, logística que não pareça uma comédia de erros. Mas é um começo. Ou, como diria o camelô da esquina: "Melhor que nada, né, chefe?".