O clima não está nada amistoso para os empresários brasileiros que foram ao Texas fechar negócios. A tal da Lei da Reciprocidade, sabe? Aquela que basicamente diz "olho por olho, dente por dente" nas relações comerciais, está tirando o sono da galera.
Numa dessas reuniões por lá — mais precisamente em Fort Worth —, um empresário que prefere não se identificar soltou o verbo: "A gente tá com um pé atrás, pra ser sincero. Essa história de retaliação é real, e se vier, pode jogar tudo por terra abaixo".
E não é para menos. O Brasil resolveu taxar uma porção de produtos importados, desde queijos até carros elétricos. Na teoria, é uma medida para equilibrar a concorrência. Na prática, os americanos não gostaram nem um pouco. E agora? A bola está com eles.
O que significa essa retaliação?
Basicamente, os Estados Unidos podem fazer a mesma coisa com a gente. Ou pior. Imagina só se decidem aumentar as tarifas sobre o aço brasileiro, ou o suco de laranja, ou até o café? O estrago seria grande — e duvido que alguém queira pagar mais caro no pão de queijo por causa de guerra comercial.
Não é exagero. Um dos representantes da missão deixou escapar: "Se eles revidarem, a gente se ferra. Ponto final". A frase, dura, reflete um medo generalizado entre exportadores.
E agora, como fica?
O governo brasileiro, claro, diz que está tudo sob controle. Que é só uma medida de ajuste, não provocação. Mas entre o que se fala e o que se faz, existe um abismo — ainda mais quando o outro lado é quem manda no dólar.
Enquanto isso, os empresários seguem na corda bamba. Torcendo para que a diplomacia prevaleça, mas já preparando o plano B. Porque no mundo dos negócios, como bem sabem, esperar o pior não é pessimismo: é sobrevivência.
Uma coisa é certa: ninguém quer ver uma guerra de tarifas se instalando. Mas se vier, o Brasil — e principalmente o bolso do consumidor — vai sentir. E muito.
