
Eis que o governo finalmente mostra suas cartas sobre o futuro do nosso bolso. A proposta orçamentária enviada ao Congresso — aquela que dita os rumos dos cofres públicos — traz um número que interessa a milhões de brasileiros: R$ 1.631. Sim, é isso mesmo que você leu.
A partir de janeiro de 2026, se depender do Planalto, esse será o novo piso nacional. Mas calma, a história não para por aí. O que realmente chama atenção é a promessa — ou melhor, a projeção — de que nos anos seguintes o reajuste será sempre acima da inflação. Uma valorização real, como gostam de dizer os economistas.
Não é só um número, é uma política
O mais interessante é que isso não veio de um discurso solto. Está lá, preto no branco, no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025. O governo não só estipula o valor para 2026, mas já projeta todo um caminho de crescimento real até 2027. Quer dizer, estão pensando no médio prazo, o que é raro por essas bandas.
E como funciona essa mágica? A regra é clara: inflação do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Soou complicado? Basicamente, é uma fórmula para garantir que o trabalhador não apenas reponha a perda com os preços, mas também ganhe um trocado a mais, uma fatia do crescimento do país.
E o que isso significa na prática?
- Mais poder de compra: A ideia é que o valor não só acompanhe, mas supere a alta dos preços.
- Previsibilidade: Quem ganha um salário mínimo pode tentar planejar o futuro com um pouco mais de certeza.
- Impacto na economia: Mais dinheiro na mão da base significa mais consumo, o que aquece o comércio e os serviços.
Claro, nada é tão simples. Essa proposta ainda precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional. Os parlamentares podem — e quase certamente vão — dar seus palpites, ajustar valores, negociar. A fatura final pode ser um pouco diferente.
Mas uma coisa é inegável: o governo está sinalizando uma direção. Está colocando na mesa a intenção de manter uma política de valorização real do salário mínimo, uma das principais âncoras sociais e econômicas para a base da pirâmide. Resta saber se o Congresso comprará essa ideia — e como a economia se comportará até lá. Afinal, entre o papel e a realidade, há um longo caminho.