
O clima na sede da Invepar, lá no Rio de Janeiro, deve estar de certa forma mais leve nesta quarta-feira. E não é pra menos. A empresa, que administra importantes pedaços da infraestrutura do país – pense em rodovias, aeroportos e metrôs –, conseguiu escapar, por enquanto, de um caminho bastante espinhoso: a temida recuperação judicial.
Fechou um novo acordo com seus credores, prorrogando aquele período de 'standstill', uma trégua nas cobranças, que já valia desde o ano passado. A notícia veio direto de um fato relevante enviado ao mercado. A ideia era simples, mas crucial: ganhar tempo para respirar e buscar uma solução definitiva para o seu endividamento.
O que significa essa prorrogação na prática?
Basicamente, os bancos credores – entre eles pesados como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander – concordaram em não acionar a empresa judicialmente por mais um tempo. O prazo? Até o dia 31 de julho. Um alívio imediato, sem dúvida. Mas a pressão continua. Esse não é um cheque em branco.
É como se fosse uma extensão de prazo para entregar um trabalho importantíssimo. A Invepar precisa, agora, usar esse tempo extra para fechar a proposta de reestruturação financeira de fato. A empresa já adiantou que as discussões continuam intensas e que espera ter um plano finalizado em breve. O relógio, no entanto, não para.
Por que a Invepar chegou a esse ponto?
Ah, essa é uma pergunta que tem várias camadas. A holding, que controla concessões emblemáticas como a Linha 4 do Metrô do Rio e o Aeroporto de Belo Horizonte, vem enfrentando uma tempestade perfeita nos últimos anos. A pandemia deu uma baqueada forte na circulação de pessoas, afetando receitas. Além disso, os juros altos tornaram o serviço da dívida – que já era grande – algo simplesmente hercúleo.
Não é exagero dizer que a situação é delicada. Muito delicada. A empresa já vinha negociando há meses, tentando encontrar uma saída que fosse aceitável para todos os lados. Evitar a judicialização é o objetivo de qualquer companhia nessa situação. O processo é caro, desgastante e mancha a reputação no mercado.
O que vai acontecer depois de julho? Bom, essa é a grande incógnita. Se um acordo amigável for fechado, a Invepar segue em frente, reestruturada. Caso contrário, o fantasma da recuperação judicial volta a assombrar com ainda mais força. Os próximos capítulos dessa história prometem.