Num movimento que pode trazer alívio para o bolso dos pequenos empreendedores, um deputado catarinense resolveu mexer os pauzinhos na Câmara. A ideia? Dar um chega pra lá nos juros abusivos do Pronampe — aquele programa de crédito que virou salvação (e às vezes pesadelo) para micro e pequenas empresas.
"Tá difícil segurar as pontas", diz o parlamentar, que parece ter colocado o dedo na ferida. A proposta, que chegou discretamente na mesa dos deputados, quer cortar pela metade os encargos atuais. Seria como tirar um tijolo da mochila de quem já tá subindo a ladeira do sufoco financeiro.
Por que isso importa?
Olha só: enquanto os grandes empresários nadam de braçada em linhas de crédito camaradas, o Zé da Esquina — dono da padaria, da lojinha de conserto, do mercadinho de bairro — se afoga em taxas que beiram o absurdo. A conta não fecha, e o resultado todo mundo já conhece: portas fechando, sonhos indo por água abaixo.
Detalhe curioso: o projeto chega num momento em que o governo federal anuncia novos recursos para o programa. Coincidência? Difícil dizer. Mas o timing, convenhamos, é no mínimo interessante.
O outro lado da moeda
Claro que tem quem torça o nariz. "E os bancos?", alguém deve estar pensando. Bem, aí é que tá — a proposta não mexe no lucro das instituições financeiras, só ajusta a participação do governo no rateio dos juros. Uma espécie de "vamos dividir essa conta" entre o poder público e o setor privado.
E os números? Bom, se aprovada, a medida pode representar uma economia de até R$ 1,2 bilhão para os empreendedores. Não é pouca coisa, principalmente quando cada centavo conta.
Enquanto isso, nas ruas de Santa Catarina, a esperança renasce. "Se der certo, vou poder respirar de novo", comenta uma dona de pequeno comércio, que prefere não se identificar. Afinal, como diz o ditado, entre a cruz e a espada, o pequeno empresário brasileiro já conhece bem os dois lados.
