
Parece que o plano de unir forças entre duas instituições financeiras acabou encontrando um obstáculo e tanto. Na tarde desta quarta-feira (3), a diretoria do Banco Central (BC) deu um não redondo para a proposta de compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A notícia, que já circula nos bastidores do mercado, pegou muitos de surpresa.
O que motivou a rejeição? Bom, segundo fontes próximas ao assunto, o BC analisou o pedido com lupa e identificou algumas questões regulatórias bem espinhosas. Aparentemente, a transação não conseguiu atender a todos os requisitos prudenciais exigidos para esse tipo de operação – aquelas normas chatas, porém essenciais, que mantêm o sistema estável.
O que isso significa para o mercado?
É aquela velha história: quando o BC dá um parecer contrário, é porque algo não cheirava bem. A decisão, comunicada oficialmente através do Sistema Eletrônico do Banco Central (Sebacen), joga um balde de água fria nos planos de expansão do BRB. Imagino que os acionistas do Master também não devam estar nada felizes.
Não é todo dia que uma aquisição desse porte é barrada. A negociação, que vinha sendo costurada há meses, prometia movimentar um capital considerável e alterar – ainda que levemente – a correlação de forças no segmento de médios bancos. Agora, tudo volta à estaca zero.
E daí? O que acontece agora?
Bem, a bola volta para as mãos dos conselhos de ambas as instituições. Eles podem tentar readequar a proposta, endereçar as preocupações do BC e remeter o processo – mas não vai ser fácil. Ou, quem sabe, partem para outra estratégia completamente diferente. O mercado financeiro é assim: dinâmico e um pouco imprevisível.
Uma coisa é certa: o Banco Central deixou claro que não abre mão do compliance. Em tempos de instabilidade econômica global, rigor na supervisão não é frescura – é necessidade. E talvez essa decisão sirva até como um alerta para outras instituições que estejam pensando em operações similares.