
O clima no comércio internacional parece prestes a entrar em ebulição novamente. Numa jogada que lembra os tempos mais acirrados de seu mandato, Donald Trump, agora candidato, soltou a notícia bombástica: pretende ressuscitar e até intensificar sua política de tarifas pesadas sobre produtos que entram nos Estados Unidos.
E não são aumentos modestos, não. Estamos falando de alíquotas que podem disparar de um patamar já significativo de 25% para um espantoso 100% em certos casos. É como se ele dissesse, sem meias palavras, "a briga comercial está de volta, e agora pode ser pior".
Um Dejà Vu com Ares Ameaçadores
Quem acompanhou o primeiro mandato de Trump na Casa Branca sabe o que isso significa. Aquele período foi marcado por tensões comerciais com praticamente todo mundo – China, Europa, aliados, adversários. A economia global viveu sob a sombra constante de retaliações. Agora, a perspectiva é de reacender essas fogueiras todas.
O que me deixa pensativo é o timing. Num momento em que a inflação ainda é uma preocupação real para o cidadão comum americano, impor tarifas que tendem a encarecer produtos... bem, é uma aposta arriscadíssima. Será que o eleitorado vai comprar a ideia de que isso protege empregos domésticos, mesmo com o custo de vida subindo?
E o Brasil nessa História?
É inevitável a pergunta: e nós, brasileiros, como ficamos? O agronegócio, nossa galinha dos ovos de ouro nas exportações, fica na mira? A memória é curta, mas não tanto a ponto de esquecer os transtornos passados com as tarifas sobre o aço, por exemplo. Dessa vez, setores como alumínio e uma gama maior de bens manufaturados parecem estar no centro do furacão.
Os mercados financeiros, é claro, já começam a dar sinais de nervosismo. O dólar dá seus pulinhos, as bolsas ficam apreensivas. É aquele velho ditado: quando os EUA espirram, o mundo pega um resfriado. E dessa vez, parece que o espirro pode virar uma pneumonia comercial.
- Alíquotas Escalonadas: A proposta não é uniforme. Varia de 25% a 100%, dependendo do produto e, imagino, do país de origem. Uma verdadeira bomba relógio setorizada.
- Foco Estratégico: A China continua sendo o alvo principal, mas a Europa e outros parceiros comerciais não estão imunes. É uma política de "America First" levada ao extremo.
- Impacto Inflacionário: Especialistas já alertam – e isso é quase um consenso – que a medida jogaria gasolina no fogo da inflação nos EUA. O consumidor final que se prepare.
No fim das contas, a grande questão que fica no ar é: isso é um blefe eleitoral, uma tentativa de se mostrar durão perante sua base, ou é uma promessa de campanha que ele realmente pretende cumprir se eleito? A história sugere que com Trump, é melhor levar a sério. O mundo, mais uma vez, segura a respiração.