Índia reage às tarifas de Trump: boicote a produtos dos EUA ganha força
Índia promove boicote a produtos dos EUA após tarifas de Trump

Era só o que faltava. Depois de meses de tensão comercial, as tarifas impostas por Donald Trump finalmente fizeram a Índia explodir — e não foi com fogos de artifício. O que começou como um murmúrio nos corredores do governo virou um grito de guerra nas ruas: "Chega de produtos americanos!"

Não é exagero dizer que a medida do presidente dos EUA caiu como uma bomba. De um dia para o outro, lojas que vendiam iPhones e jeans Levi's amanheceram com cartazes de "Fora Trump" nas vitrines. Até o chá — aquele mesmo que os britânicos adoram — virou arma política nas mãos de vendedores irritados.

O estopim

Tudo começou quando Washington decidiu aumentar as tarifas sobre aço e alumínio indianos em 25%. Uma facada nas costas, segundo empresários locais. "Eles nos tratam como inimigos comerciais", dispara Rajiv Mehta, dono de uma pequena fábrica de autopeças em Mumbai.

Mas o que realmente pegou foi o tom. Trump, em seu estilo característico, tuitou que a Índia "explora os EUA há décadas". Má escolha de palavras. Nas redes sociais, a hashtag #BoycottUSAProducts disparou, acumulando mais de 2 milhões de menções em 48 horas.

Efeito dominó

  • Restaurantes substituindo Coca-Cola por bebidas locais
  • Lojas de eletrônicos dando desconto para marcas coreanas
  • Até Hollywood está na mira — cinemas reportam queda nas bilheterias de filmes americanos

Curiosamente, nem todo mundo está pulando no barco. Alguns economistas alertam: "Isso pode sair pela culatra". A Índia exporta cerca de US$ 50 bilhões em mercadorias para os EUA anualmente. Um rompimento brusco seria como atirar no próprio pé.

Enquanto isso, nas ruas de Nova Delhi, a paixão nacional por baseball caps da Nike parece estar esfriando mais rápido que sorvete no deserto de Thar. Resta saber se essa revolta consumista vai durar mais que o ciclo de notícias ou se vai virar pó como tantas outras campanhas do tipo.

Uma coisa é certa: a briga comercial entre as duas maiores democracias do mundo acabou de ganhar um tempero extra — e dessa vez, o sabor é amargo.