
Parece que o Brasil está puxando todos os stops na sua batalha comercial contra os Estados Unidos. E não, não é só conversa de bastidor – a coisa é séria, muito séria.
Documentos internos de um dos maiores escritórios de advocacia de Washington, obtidos com exclusividade, mostram em detalhes quase cirúrgicos como o país está se armando juridicamente para contra-atacar as temidas tarifas sobre aço e alumínio. Estamos falando de uma estratégia multilateraal, que envolve desde ações na Organização Mundial do Comércio até manobras diplomáticas de alto nível.
Uma jogada de mestre (ou de desespero?)
O timing não poderia ser mais crucial. Com a economia global ainda tentando encontrar seu rumo após sucessivas crises, cada ponto percentual em uma tarifa pode significar milhões – bilhões, na verdade – em prejuízos. O Brasil, claro, sabe disso muito bem.
Os papéis revelam que o governo brasileiro contratou nada menos que o escritório de advocacia Arnold & Porter Kaye Scholer LLP. Esses caras não são amadores – estamos falando de pesinhos pesados no mundo do direito comercial internacional. Eles estão de olho em tudo: desde a legalidade das tarifas sob as regras da OMC até possíveis violações de acordos bilaterais.
Não é só sobre metal
O que mais me impressiona nessa história toda é o desdobramento por trás dos panos. Não se engane: isso vai muito além do aço e do alumínio. É uma questão de princípio, de soberania comercial, de não aceitar passivamente medidas que podem estrangular setores inteiros da nossa economia.
Os advogados estão analisando cada movimento americano com lupa. Cada declaração, cada portaria, cada tweet (sim, ainda se usa muito isso por lá) está sendo dissecado em busca de brechas jurídicas. É como um jogo de xadrez em câmera lenta, onde cada peça movida pode desencadear uma reação em cadeia.
E tem mais: paralelamente às ações jurídicas, o Itamaraty mantém canais abertos de negociação. É a famosa estratégia do "bastão e cenoura" – mostra que está pronto para brigar, mas deixa a porta aberta para um acordo que beneficie ambos os lados.
O que esperar?
Bom, ninguém tem bola de cristal, mas uma coisa é certa: o Brasil não está de brincadeira. Depois de anos levando pancada no comércio internacional, parece que decidiu aprender as regras do jogo – e jogar melhor que os outros.
Os próximos meses serão decisivos. Com a possibilidade de novas administrações em ambos os países, o tabuleiro comercial pode mudar completamente. Mas uma coisa é certa: o Brasil entrou no jogo grande, e veio para ficar.
Como sempre digem, quando a esmola é demais, o santo desconfia. E desta vez, o santo brasileiro está mais desconfiado do que nunca – e bem assessorado, diga-se de passagem.