
Pois é, o que era para ser um grande alívio para a economia argentina acabou se revelando um verdadeiro balde de água fria. Javier Milei, aquele presidente que não economiza nas polêmicas, apostou todas as fichas que os argentinos iriam sacar os dólares guardados debaixo do colchão. Mas a realidade, como sempre, pregou uma peça.
O pessoal lá preferiu manter o pé atrás — e o dinheiro bem guardado. Quem pode culpá-los? Com uma inflação que não perdoa e um histórico econômico mais instável que barraca de praia em temporal, a prudência falou mais alto.
Medo e Desconfiança: A Combinação Perfeita para o Travamento
Não é difícil entender o porquê. Imagina só: anos de crises, corralitos, e uma desconfiança enraizada nas instituições financeiras. O argentino médio, esse sim, é um expert em sobreviver a turbulências. E dessa vez, não foi diferente.
Milei esperava uma avalanche de dólares circulando, aquecendo o comércio, movimentando o mercado. O que aconteceu? Quase nada. Uma goteira, quando se esperava uma enxurrada. O cidadão comum, sabiamente, optou pela segurança. Quem arrisca não petisca, mas também não perde o que já tem.
As Consequências Imediatas
O resultado é que a tão sonhada injeção de capital não se materializou. E aí, o governo se vê num aperto: como estimular a economia se o dinheiro continua parado? A frustração é palpável, especialmente para quem acreditou no discurso de que a liberação traria alívio imediato.
É aquela velha história: teoria é uma coisa, prática é outra completamente diferente. E na Argentina, a prática sempre vem com um extra dose de imprevisibilidade.
No fim das contas, o que se vê é mais um capítulo na longa e complexa relação do povo argentino com sua moeda — e com a economia como um todo. Uma lição de que confiança não se decreta; conquista-se. E até lá, os colchões continuarão sendo o cofre mais seguro do país.