
Não foi um dia qualquer na capital mato-grossense. Logo cedo, antes mesmo do sol raiar, centenas de pessoas já se aglomeravam em frente aos postos de atendimento — alguns até dormiram no local para garantir a vaga. O motivo? O tão esperado início das inscrições para o programa habitacional do governo.
E olha, a coisa ficou feia. Filas que mais pareciam cobras gigantes se espalhavam por quarteirões inteiros. "Cheguei às 4h da madrugada e já tinha gente", contou Maria, uma aposentada que não quis perder a chance de tentar a tão sonhada casa própria.
Caos generalizado
Com a multidão — calculada em mais de 3 mil pessoas só no centro — veio o inevitável: confusão, empurra-empurra e até alguns desmaios por causa do calor de rachar que faz em Cuiabá nesta época do ano. Os seguranças mal conseguiam conter a ansiedade da galera.
"Parecia Black Friday, mas em vez de TV barata, o povo queria um teto pra morar", brincou um policial militar no local, enquanto tentava organizar o fluxo de pessoas.
Problemas logísticos
- Sistema de cadastro eletrônico travou por duas horas
- Faltou água e estrutura de som
- Idosos e pessoas com deficiência sem prioridade no atendimento
A prefeitura — que não esperava tanta adesão — prometeu aumentar o número de postos de atendimento nos próximos dias. Mas será que vai dar tempo? O programa oferece 1.500 unidades, mas só no primeiro dia foram mais de 8 mil interessados.
Enquanto isso, o povo segue na batalha. Alguns trouxeram cadeiras de praia, outros improvisaram barracas com lençóis. Tudo pela chance de sair do aluguel ou da casa dos parentes. Afinal, como diz o ditado: "casa própria é liberdade" — mesmo que para conquistá-la tenha que enfrentar filas quilométricas e um sol pra derreter.