Crise habitacional em Florianópolis: falta de moradia afasta trabalhadores e preços disparam
Crise habitacional afasta mão de obra de Florianópolis

Florianópolis, a ilha da magia, está perdendo um pouco do seu encanto — pelo menos para quem precisa de um teto para morar. A crise habitacional na região metropolitana virou um pesadelo sem fim, com preços que beiram o absurdo e uma oferta que não chega nem perto de atender a demanda. E o resultado? Trabalhadores essenciais estão simplesmente desistindo da cidade.

Não é exagero dizer que alugar um imóvel aqui virou um esporte radical. Os valores estão nas alturas — literalmente — e quem ganha um salário médio precisa fazer malabarismos para não acabar dormindo na praia. "É como se o mercado imobiliário tivesse saído de um filme de ficção científica", comenta um morador que prefere não se identificar, enquanto conta que gasta quase 60% do seu salário só com aluguel.

O efeito dominó no mercado de trabalho

O problema vai muito além do bolso dos moradores. Empresas estão sentindo na pele a falta de mão de obra qualificada. Profissionais simplesmente não conseguem se manter na cidade com os salários oferecidos. "Perdi três funcionários em um mês — todos foram para o interior em busca de aluguéis mais baratos", desabafa o dono de um restaurante no centro.

  • Preços de aluguel subiram 35% nos últimos dois anos
  • Oferta de imóveis caiu 40% no mesmo período
  • 62% dos trabalhadores consideram deixar a região por causa dos custos

E não adianta pensar em comprar — os preços de venda estão tão surrealistas quanto os aluguéis. Um apartamento de dois quartos em bairros medianos já passa fácil dos R$ 600 mil. "É como jogar no cassino, só que com o dinheiro da sua casa", brinca (sem graça) um corretor de imóveis.

O que está por trás dessa tempestade perfeita?

Especialistas apontam um coquetel explosivo: especulação imobiliária, falta de políticas públicas e um crescimento desordenado que não acompanhou a demanda. A pandemia piorou tudo — com o home office, muita gente de outros estados resolveu se mudar para a ilha, inflacionando ainda mais o mercado.

Enquanto isso, os trabalhadores que mantêm a cidade funcionando — garçons, professores, enfermeiros — estão sendo empurrados para cidades vizinhas ou pior: desistindo de vez da região. "Ou o poder público acorda para isso, ou Florianópolis vai virar um museu a céu aberto, bonito de se ver mas sem vida", alerta uma economista local.