
O clima nas fábricas brasileiras que exportam para os Estados Unidos está tenso — e não é à toa. As novas tarifas anunciadas por Donald Trump podem simplesmente destruir empregos que sustentam famílias há décadas. "É como se jogassem um balde de água gelada na nossa esperança", desabafa um operário de São Paulo que prefere não se identificar.
Os números assustam: segundo cálculos preliminares, até 78 mil postos de trabalho podem desaparecer só nos próximos seis meses. E olha que nem estamos falando dos efeitos indiretos — aquela história de "uma coisa puxa a outra" que todo mundo conhece, mas finge não ver.
Setores em colapso
Quem trabalha com:
- Autopeças
- Aço
- Alumínio
- Produtos químicos
...já está sentindo o baque. "Minha linha de produção parou na terça-feira. Não avisaram nada, só mandaram a gente embora mais cedo", conta Maria dos Santos, 54 anos, enquanto segura a carteira de trabalho com as mãos trêmulas.
O pior? Ninguém no governo parece ter um plano B. "Estamos abandonados à própria sorte", dispara o presidente de um sindicato no ABC Paulista, que pede para não ser identificado — "já tem gente demais com raiva de mim", brinca ele, sem graça.
O outro lado do oceano
Enquanto isso, na Casa Branca, Trump defende as medidas como "necessárias para proteger o trabalhador americano". Só que aqui no Brasil, a conta chega diferente: cada ponto percentual nessas tarifas significa, na prática, mais famílias sem saber como pagar o aluguel no fim do mês.
Especialistas ouvidos pela reportagem são unânimes: a crise vai doer. "É como assistir a um trem desgovernado se aproximando e não ter como sair dos trilhos", compara o economista Luiz Fernando Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
E você, já parou para pensar como essas mudanças podem afetar sua vida? Porque uma coisa é certa: quando a economia espirra, o desemprego pega pneumonia. E dessa vez, o remédio parece estar cada vez mais difícil de engolir.