
Numa jogada de mestre — ou de desespero, dependendo de quem você pergunta — o governo paulista decidiu abrir os cofres para tentar segurar o tranco. E que tranco! Com aquele pacote de tarifas dos Estados Unidos batendo na porta das exportações brasileiras, a saída foi liberar uma grana preta: R$ 1,5 bilhão em créditos de ICMS que estavam parados há tempos.
Não é pouca coisa, né? Dá pra comprar uns 300 milhões de pães de queijo — brincadeira à parte, o valor é sério. A ideia é simples (pelo menos no papel):
- Desengavetar créditos fiscais emperrados
- Ampliar empréstimos a juros baixos
- Dar fôlego pras empresas que tão levando ferro nas exportações
O que muda na prática?
Olha, não vai ser milagre — aviso logo. Mas pra quem tá com a corda no pescoço por causa da briga comercial entre EUA e China (que o Brasil acabou entrando de gaiato), qualquer ajuda é bem-vinda. O secretário da Fazenda, que pediu pra não ser citado diretamente, soltou a pérola: "É como dar paracetamol pra quem levou um tiro — alivia, mas não cura". Cruel, mas verdadeiro.
Detalhe curioso: metade desse dinheiro vem de processos administrativos resolvidos a toque de caixa. Parece que quando a casa pega fogo, até burocrata vira bombeiro.
E as pequenas empresas?
Ah, essas ganharam linha especial no crédito — juros abaixo do mercado e menos papelada. Alguém duvidava que iam ficar por último na fila? Mas pelo menos dessa vez apareceram no radar.
O que me deixa pensando: será que vai ser suficiente? Com o dólar nessa montanha-russa e os gringos inventando taxa nova toda semana, R$ 1,5 bi parece aquela boia minúscula no meio do oceano. Mas como diz o ditado, melhor isso no bolso do que uma promessa no orçamento.