Parece que o Brasil está mesmo virando a chave — pelo menos no que diz respeito ao setor de serviços. Os números de junho chegaram com um sopro de otimismo: alta de 0,3% frente a maio, segundo o IBGE. E olha que não é qualquer marolinha, viu? Batemos o recorde da série histórica, que começou lá em 2011.
Quem diria, hein? Num cenário onde todo mundo só fala em crise, o terceiro setor da economia decidiu dar um show. E não foi por acaso — cinco das dez atividades pesquisadas cresceram. Destaque para transportes (1,7%) e informação & comunicação (1,0%), que puxaram a fila como se não houvesse amanhã.
O que explica essa performance?
Bom, vamos por partes. Primeiro: o carnaval de 2023 foi tardio, o que mexeu com o calendário econômico. Segundo (e mais importante): o brasileiro parece ter decidido que esperar a crise passar não é mais opção. Gastou em viagens, contratou serviços profissionais, investiu em tecnologia. Quase como se dissesse: "A vida continua, né?"
Ah, mas não pense que foi só alegria. Algumas áreas ainda patinam:
- Serviços prestados às famílias (-1,4%)
- Atividades administrativas (-0,9%)
— Sinais de que o orçamento doméstico ainda aperta em muitos lares.
E no acumulado do ano?
Pois é, aí a coisa fica ainda mais interessante. Crescimento de 2,1% no primeiro semestre, com alta de 5,3% na comparação com junho do ano passado. Números que, convenhamos, deixam até os economistas mais céticos coçando a cabeça.
"Mas e aí, é para comemorar?" — você deve estar se perguntando. Bem, a resposta é... depende. O setor de serviços representa quase 70% do PIB brasileiro, então qualquer movimento ali é significativo. Por outro lado, especialistas alertam: o ritmo pode desacelerar com os juros ainda altos.
Uma coisa é certa: enquanto uns setores da economia parecem presos no trânsito caótico de São Paulo, o de serviços encontrou uma rota alternativa — e está acelerando sem olhar no retrovisor.
