
Pois é, meus amigos. A situação tá feia mesmo — e os números agora confirmam o que a gente já sentia no bolso. Uma pesquisa da Boa Vista, que é referência nesse tipo de análise, trouxe um retrato nada animador para a capital acreana. Mais de 60% dos rio-branquenses adultos, pasmem, fecharam o primeiro semestre de 2025 com o orçamento no negativo.
Não é brincadeira. Estamos falando de uma maioria expressiva da população lidando com contas atrasadas, carnês vencidos e aquele aperto mensal que não dá trégua. E olha que o estudo considerou apenas pessoas acima de 18 anos, hein? Ou seja, a realidade pode ser ainda mais complexa.
Os números que preocupam
O percentual exacto — 60,7%, para ser justo — coloca Rio Branco numa posição desconfortável no ranking nacional. A gente ficou acima da média das capitais do Norte, que ficou em 59,6%, e bem próximo da média geral do Brasil, que registrou 61,5%. Quase um empate técnico no sofrimento, não é mesmo?
Mas calma, que a coisa não para por aí. O estudo mostrou também que, entre os endividados, uma fatia significativa (34,7%) assumiu que não tinha condições mesmo de honrar os compromissos naquele momento. Ou seja: não era apenas um esquecimento, era falta de grana mesmo.
E as dívidas preferidas? Cartão de crédito, claro!
Não vai surpreender ninguém, mas o campeão de indisposição financeira segue sendo o cartão de crédito. Praticamente metade das dívidas (49,3%) vinha dessas plasticazinhas sedutoras. Em seguida, aparecem carnês (16,2%) e — segura a respiração — financiamento de carro, com 8,9%.
Financiar carro num momento desses? É para os corajosos, hein?
Será que a culpa é só nossa?
Bom, aí a coisa fica interessante. A pesquisa não mergulhou fundo nas causas, mas qualquer um que vive aqui sabe: os fatores são vários. Custo de vida alto, renda que não acompanha, inflação teimosa — e, claro, aquela tentação do "compre agora e pague depois" que nunca sai de moda.
E tem mais: Rio Branco não está sozinha nessa. Das 27 capitais, 16 registraram altas nas taxas de endividamento. Porto Velho, nossa vizinha, chegou a 64,2%. É um fenómeno generalizado, mas nem por isso menos preocupante.
No fim das contas, o que esses números mostram é uma realidade que muitos de nós já conhecemos bem: tá difícil para todo mundo. E enquanto a economia não melhorar de verdade, vamos continuar fazendo malabarismos para fechar as contas no azul — ou pelo menos no cinza claro.