
Pois é, a situação tá feia mesmo. Quem mora em Mato Grosso sabe que o boi é gordo, mas a carteira... bem, essa anda magrinha. E não é brincadeira não. Dados novos que saíram mostram um cenário de aperto generalizado que dá um nó no estômago.
Imagine que quase toda hora, no seu círculo de amigos, uma pessoa simplesmente não consegue botar as contas em dia. É exatamente isso. Um estudo apontou que 44,27% dos adultos do estado estão enrolados com alguma dívida. Quase metade da população adulta! Isso significa que mais de 1,2 milhão de pessoas têm o nome registrado nos órgãos de proteção ao crédito.
O Poço Sem Fundo das Dívidas
E o buraco é mais embaixo – literalmente. O valor total dessas dívidas todas? Prepare o coração: R$ 6,12 bilhões. É um número tão grande que fica difícil até de visualizar, não é? Dá mais de seis mil milhões de reais rolando em atrasos, juros e preocupação.
E olha, a coisa não melhora. Comparando com o mesmo período do ano passado, o número de inadimplentes deu um pulo de 4.49%. Parece pouco, mas em números absolutos são milhares de famílias entrando na roda-viva do endividamento. A sensação é que a corda está arrebentando do lado mais fraco.
O Ranking da Dívida: Quem Deve o Quê?
Não é toda dívida que é igual, claro. Os mato-grossenses, em particular, parecem estar especialmente apertados com alguns boletos específicos. A lista dos campeões de inadimplência é uma janela para entender onde o orçamento está apertando mais:
- Cartões de crédito: disparado o vilão da história. Essa é a dívida número um, a que mais prende e a que mais cresce. A facilidade do plástico virou uma armadilha para muitos.
- Créditos consignados: aquele empréstimo com desconto em folha, que parecia tão seguro, também aparece na lista. Gente que se comprometeu com uma parcela e agora vê a renda minguar.
- Financiamento de carros: sonho de ter um veículo próprio virando pesadelo com as prestações.
- Contas de bancos: tarifas, empréstimos… a lista segue.
- Financiamento de casas: o mais doloroso, talvez. O calote no sonho da casa própria.
É uma sucessão de compromissos que, de repente, ficaram maiores que a capacidade de pagar. E aí, o que fazer? O calote vira a única saída visível para muita gente, embora seja uma saída cheia de consequências.
Além dos Números: A Vida com o Nome Sujo
Porque não se engane: ter o nome negativado não é só um número numa planilha. É não conseguir fazer um financiamento para trocar a geladeira quebrada. É ter que dizer 'não' ao filho porque não há limite no cartão. É aquele aperto no peito toda vez que o telefone toca e pode ser um cobrador. É uma crise silenciosa que se esconde atrás das portas das casas.
Especialistas que acompanham esses dados há anos arriscam alguns motivos para esse tsunami de inadimplência. A combinação é cruel: o custo de vida subindo feito foguete – mercado, energia, gasolina – e uma renda que não acompanha esse ritmo. O orçamento familiar simplesmente não fecha mais no final do mês. O crédito fácil vira uma muleta, até que a muleta quebra.
O recado que fica? De que a economia pode até estar se recuperando lá nos indicadores macro, mas aqui no chão de casa, no dia a dia do trabalhador de Mato Grosso, o retrato é de luta. E uma luta cada vez mais difícil de ser vencida sozinho.