
Eis que surge uma daquelas notícias que fazem a gente dar uma segunda olhada no título, meio sem acreditar. Um edital da Prefeitura de Sorocaba, divulgado nesta sexta-feira (12), aparentemente exigia que diretores de escola portassem arma de fogo. Sim, você leu certo. Pelo menos na primeira impressão.
O texto, que circulou rápido nas redes sociais – como tudo que é polêmico –, causou espanto geral. Mas calma lá. A realidade, como quase sempre acontece, é um pouquinho mais complicada (e menos dramática) do que aparenta.
O tal trecho do edital de concurso público, na verdade, era uma cópia literal – e digamos, pouco criteriosa – de um modelo usado pela Guarda Municipal. Alguém, no meio do processo, simplesmente colou o texto errado no lugar errado. Aquela clássica falha de ctrl+C, ctrl+V que todo mundo já cometeu, mas que, num documento oficial, ganha proporções gigantescas.
Onde estava o erro?
O requisito que gerou o rebuliço todo falava em "porte de arma" como algo necessário para assumir o cargo. Só que isso não fazia o menor sentido para um educador, concorda? A Secretaria da Educação, obviamente, não planeja transformar seus diretores em agentes de segurança. A função deles é outra, completamente diferente.
Parece que o pessoal do jurídico, ou quem quer que fosse o responsável por montar o edital, reaproveitou um trecho de um concurso anterior – provavelmente da Guarda – e esqueceu de ajustar os detalhes. Ficou aquele absurdo técnico escancarado no documento.
A reação da prefeitura
Mal a notícia começou a ecoar, a administração municipal já se posicionou. Eles confirmaram, sem rodeios, que se tratava mesmo de um erro material. Um equívoco na elaboração do texto, um lapso na hora de montar o quebra-cabeça do documento. Prometeram correção imediata, é claro.
Imagina o susto de um professor concursado, aprovado nas provas, recebendo a condição de que precisaria andar armado para comandar uma escola. O cenário é quase cômico, se não fosse tão preocupante.
O caso serve como um alerta. Mostra como a desatenção na redação de editais – documentos que deveriam ser exemplos de precisão – pode levar a mal-entendidos monumentais. E, convenhamos, num país já tão sensível às questões de segurança e violência, o assunto merece ainda mais cuidado.
No fim das contas, os diretores de Sorocaba podem respirar aliviados. Suas atribuições continuam sendo pedagógicas, administrativas. Nada de coldres ou treinamento de tiro. A única arma que vão precisar manejar, por enquanto, continua sendo o giz – ou caneta piloto – e muito jogo de cintura para lidar com a comunidade escolar.