
O Brasil vive um paradoxo financeiro que deixaria qualquer economista de cabelo em pé. Enquanto os números de inadimplência disparam, uma parcela assustadora dos endividados sequer acompanha seus próprios gastos - como navegar em mar revolto sem bússola.
Dados recentes mostram que quase 4 em cada 10 brasileiros com contas atrasadas admitem não fazer o mínimo controle orçamentário. É como se estivessem dirigindo de olhos vendados na rodovia das finanças pessoais.
O retrato do descontrole
O estudo, que ouviu milhares de consumidores, revela comportamentos que explicam parte da crise:
- 38% não anotam receitas e despesas
- Compulsividade nas compras por impulso
- Falta de priorização de dívidas
- Uso excessivo do crédito rotativo
"É o efeito bola de neve", comenta um especialista ouvido pela pesquisa. "Quando a pessoa perde a noção do que entra e sai, o rombo aparece como um tsunami."
Por que isso acontece?
Psicólogos econômicos apontam três fatores cruciais:
- Cultural: Tabu em falar sobre dinheiro
- Educacional: Falta de alfabetização financeira
- Emocional: Relação afetiva com consumo
Não à toa, o brasileiro médio gasta antes de receber - e quando o salário cai na conta, já está comprometido até o pescoço.
Como escapar dessa armadilha?
Especialistas sugerem medidas simples, porém poderosas:
- Baixe um aplicativo de controle financeiro (ou use a velha caderneta)
- Estabeleça um "dia do orçamento" semanal
- Negocie dívidas antes que virem bola de neve
- Aprenda a dizer "não" a promoções relâmpago
Como diria minha avó: "Quem não sabe para onde vai, qualquer dívida serve". E no Brasil de 2024, essa máxima nunca fez tanto sentido.