
O clima nos corredores da economia anda, digamos, elétrico. E no centro da discussão, mais uma vez, está o queridinho dos brasileiros: o Pix. Mas a novidade da vez, a tal da função Master, virou alvo de um debate acalorado – e cheio de desinformação.
Gabriel Galipolo, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, não só entrou na roda como trouxe clareza. Num evento cheio de gente importante da Febraban, ele foi direto ao ponto: a funcionalidade não é nenhum bicho de sete cabeças e muito menos uma ameaça à estabilidade do nosso sistema financeiro. Pronto, disse.
Mas Afinal, o Que É Essa Tal de Master?
Pense assim: se o Pix comum é uma troca rápida de dinheiro entre duas pessoas, o Master seria como dar um cheque pré-datado para alguém, mas de forma digital e infinitamente mais segura. Ele permite que você autorize um comerciante, por exemplo, a fazer uma cobrança futura na sua conta. É uma promessa de pagamento, uma autorização registrada e rastreada.
O medo de alguns? Ah, o clássico pânico do desconhecido. De que isso poderia criar uma crise de liquidez, uma bola de neve de obrigações que os bancos não conseguissem honrar. Galipolo, com a tranquilidade de quem entende do riscado, jogou um balde de água fria nessa teoria. Ele lembrou que o próprio Banco Central, ao criar a ferramenta, já construiu um sistema robusto de limites e controles. Não é terra sem lei.
Um Sistema que Aprendeu com os Erros (e Acertos) Alheios
E aqui vem um ponto crucial que ele destacou: o Brasil não está inventando a roda. Já olhamos para fora e vimos o que funcionou e – principalmente – o que deu errado em outros lugares. A implementação do Master foi feita com um cuidado de ourives, aprendendo com experiências internacionais para evitar os mesmos tropeços. Não é uma aposta cega; é uma jogada calculada.
O recado dele para o mercado foi um misto de confiança e pragmatismo. O sistema financeiro nacional? Sólido. A regulação? Afiada. A inovação? Necessária. Parar o progresso por medo do que *poderia* acontecer é, no fundo, virar as costas para a modernidade. E o Brasil, definitivamente, não pode se dar a esse luxo.
No fim das contas, a fala de Galipolo acalma os ânimos mas também joga uma responsabilidade danada no colo do mercado. É preciso estudar, se adaptar e entender que o futuro dos pagamentos já bateu à porta. E ele veio para ficar.