
Eis que o Ministério da Fazenda resolveu balançar o tabuleiro do sistema financeiro brasileiro. Na tarde desta quinta-feira (29), veio o anúncio: as fintechs, essas empresas que surgiram prometendo revolucionar tudo, agora serão tratadas exatamente como os bancões tradicionais. Não é pouco coisa.
Quem deu a notícia foi o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, durante coletiva em Brasília. A justificativa? Simples e direta: "Atividades semelhantes, riscos semelhantes, regulação semelhante". Soa lógico, mas a prática promete dar o que falar.
O que muda na prática para as fintechs?
Bom, a vida vai ficar mais complicada — e mais cara — para essas empresas. Elas terão que se adaptar a um monte de normas do Banco Central que antes não valiam para elas. Imagine a papelada! Capital mínimo mais alto, controles mais rígidos, exigências de governança... tudo isso está na lista.
E os empréstimos? Aqui a coisa fica séria. A regra dos 30% do patrimônio de referência, que já valia para bancos, agora pega as fintechs também. Basicamente, limita quanto elas podem emprestar em relação ao capital que têm. Para algumas, isso pode significar freio de arrumação nos negócios.
E para nós, consumidores?
Ah, essa é a pergunta de um milhão de dólares! O governo garante que é proteção na certa. Com mais regras, teoricamente, o sistema fica mais seguro — menos risco de calote geral se alguma dessas empresas afundar. Mas é claro que nada vem de graça.
Especialistas que acompanham o setor já sussurram uma possibilidade: com custos mais altos, as fintechs podem repassar parte disso para a gente. Taxas mais salgadas, juros menos amigáveis... a conta pode chegar, sim. Será que o preço da inovação vai subir?
Por outro lado, ganha-se uma sensação (ou ilusão?) de maior estabilidade. É aquela velha troca: menos liberdade em troca de mais segurança. Quem vai julgar se valeu a pena somos nós, usuários, no dia a dia.
Reação do mercado: entre o susto e a resignação
O clima nas fintechs não é dos melhores, claro. Muitas nasceram justamente para serem ágeis e desburocratizadas — o oposto exato dos bancos tradicionais. Agora, veem esse DNA sendo alterado por decreto.
Mas há quem diga que era inevitável. Conforme as fintechs cresceram e passaram a movimentar volumes gigantescos, a mão regulatória tinha que aparecer. Era questão de tempo. O setor financeiro não é terra de ninguém, ainda mais no Brasil.
Resta saber como as empresas vão se adaptar. Umas podem encarar como custo de crescimento. Outras, menores, podem até reconsiderar seu lugar no mercado. Uma seleção natural, com uma boa dose de intervenção estatal.
Uma coisa é certa: o cenário de serviços financeiros no país nunca mais será o mesmo. A era da farra sem regras claras chegou ao fim. Agora, é ver no que dá.